A prática que suja o dia da democracia

Por

É lamentável ver que, a cada eleição, as ruas do país se transformam em um cenário de descaso ambiental. Milhares de papéis de propaganda eleitoral, os famosos "santinhos", cobrem calçadas, ruas e até zonas próximas aos locais de votação, sujando o dia que deveria ser marcado pela cidadania e a prática democrática.

Essa prática não é nova, repetindo-se eleição após eleição. Mesmo com a modernização da comunicação, incluindo o uso das redes sociais, muitos candidatos ainda insistem em encher os espaços públicos com esses materiais, muitas vezes distribuídos de forma irresponsável na véspera ou até no próprio dia da eleição.

Esse comportamento reflete não apenas a falta de compromisso ambiental dos envolvidos, mas também uma ausência de fiscalização e medidas eficazes para coibir esse tipo de poluição.

Além do impacto visual negativo, essa quantidade de lixo tem consequências graves para o meio ambiente. Os "santinhos" descartados em grande volume entopem bueiros, aumentam o trabalho de limpeza pública e geram custos adicionais para os municípios, além de serem um grande desperdício de papel, um recurso que poderia ser melhor utilizado.

Esse tipo de propaganda, além de ser ultrapassado, também mancha, simbolicamente, um dia que deveria ser marcado por ética e responsabilidade.

O que deveria ser uma celebração da democracia, acaba sendo um cenário de sujeira e poluição. Precisamos rever, como sociedade, o quanto estamos dispostos a tolerar essa prática e cobrar dos candidatos e órgãos públicos ações mais concretas para impedir que essa situação se perpetue.