O famoso 'jeitinho brasileiro'

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Quem nunca ouviu falar no tal 'jeitinho brasileiro'? A capacidade de "se virar" perante uma situação complicada, mas... Que só o brasileiro sabe como sair dela. Geralmente, sem qualquer tipo de planejamento e absolutamnete na base da improvisação.

Fato é que o jeitinho brasileiro, seja para o bem ou para o mal, é intrínseco à sociedade brasileira. No entanto, é válido ressaltar que nem sempre esta prática reflete o ideal de sociedade que deveríamos estar empenhados para construir. E aqui não se trata de utopia. E sim de valores indispensáveis para a construção de um país justo e minimamente capaz de proporcionar maior qualidade de vida à população.

É impossível não tratarmos de uma mudança estrutural de conceitos, uma ruptura de paradigmas que hoje se norteiam na base de uma "malandragem" nociva, que desvirtua o país e faz com que tenhamos uma classe política (com honrosas exceções) que reflete o comportamento da maioria do eleitorado.

O pleito eleitoral do dia 06 de outubro, com inúmeros relatos e denúncias de compra de votos, sinaliza que há décadas, uma parcela considerável dos cidadãos vem colocando em prática o tal 'jeitinho', até na hora de votar. Aí está um exemplo de que o jeitinho brasileiro pode despertar uma esperteza momentânea, em que o eleitor leva determinada quantia em dinheiro para votar em um candidato específico. Mas a dita "esperteza" é tão logo passageira, pois serão 4 anos de sofrimento para os que se julgaram tão espertos. Venderam o voto, e não terão moral e credibilidade para cobrar melhorias para a região em que vivem.

A boa malandragem não pode prejudicar a si próprio e muito menos o coletivo. Quem vende o voto, na verdade paga de "mané", considerando os prejuízos que terá através da condução de administradores públicos irresponsáveis e incompetentes, além de desonestos. Igualmente um poder Legislativo omisso, inerte e complacente com os atos escabrosos do Executivo.

O jeitinho que precisamos aprender (e aí sim seremos espertos), é o da empatia. É a capacidade em se colocar no lugar do outro e pensar não no próprio umbigo, mas na coletividade.