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A briga acirrada para vencer na América

Ao que tudo indica, teremos uma terça-feira de grande entusiasmo nos Estados Unidos. Desde décadas, nunca o país esteve tão dividido e tão acirrado numa disputa presidencial. Acreditamos que desde Bush contra Al Gore, quando teve aquela polêmica na Flórida, os candidatos Republicanos e Democrata não vinham para a reta final lutando cabeça à cabeça pelos indecisos.

Donald Trump e Kamala Harris investiram pesado, nesta reta final, nos sete estados pêndulos, que serão cruciais para a vitória de ambos. A eleição norte-americana é bem diferente da brasileira, onde o eleitor vota no candidato e, quem vence, leva os delegados daquele estado, para a convenção final. Muitas vezes um candidato leva no voto popular, mas perde nos estados cruciais, e não vira presidente. Há também os estados onde os delegados são divididos e cada uma leva os seus, numa conta proporcional. Ou seja, tudo pode acontecer até o fim das urnas, na próxima terça.

No mapa eleitoral, o norte da costa leste é democrata e o sul, republicano. A fronteira com o México é praticamente republicana, com a costa leste sendo toda democrata. Enquanto o meio oeste é mais republicano, a fronteira com o Canadá é democrata. A grande questão está numa região que vem sendo disputada e a cada eleição: os Grandes Lagos.

O berço a indústria automobilística norte-americana, a região já foi vermelha, já foi azul e nesta eleição tem tudo para ser a fiel da balança nesta conta mágica dos delegados. Vencer nos três estados leva o candidato à Casa Branca. Porém, faturar em Michigan e Pensilvânia dá um grande passo para Washington DC.

Nesta disputa acirrada, onde os dois estão com 48% dos votos, cada estado pêndulo conquistado é um passo a mais para assumir a presidência dos Estados Unidos. Por isso, os dois investiram nos dos estados citados, mais Arizona, Nevada (mais democratas), Geórgia e Carolina do Norte (mais republicanos) e Wisconsin, o que será o decisivo para o vencedor.

Mais do que aceitar, o perdedor não deve inflar suas bases para fazer a virada de mesa. A eleição norte-americana nunca foi no tapetão e não será agora que ela será decidida.