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O cuidado após a repatriação

Na madrugada desta quarta-feira, 20 de novembro, o 12º voo da Operação Raízes do Cedro, realizada pelo governo federal, trouxe ao Brasil mais 204 pessoas, incluindo crianças e animais de estimação, que estavam na zona de conflito no Líbano. Com este último grupo, o país concluiu a maior missão de repatriação de sua história, totalizando 2.513 brasileiros e familiares agregados.

Esta operação representa um marco importante não apenas em termos logísticos, mas também humanitários, destacando o papel fundamental do Estado em proteger seus cidadãos, independentemente das fronteiras. A coordenação entre órgãos como a Força Aérea Brasileira, Ministérios e forças de segurança foi crucial para o sucesso desta missão, demonstrando a importância de uma atuação governamental robusta e articulada diante de crises.

No entanto, o desafio não termina com a chegada. Repatriar envolve mais do que garantir o retorno físico; é garantir que essas pessoas recebam acolhimento digno, suporte psicológico e condições para retomar suas vidas. Muitos repatriados deixam para trás traumas, incertezas e perdas, necessitando de assistência humanitária, social e psicológica. É fundamental que o Brasil, construído sobre alicerces de diversidade e solidariedade, reafirme seu compromisso com os princípios humanitários.

O retorno desses brasileiros precisa ser acompanhado por políticas públicas que integrem ações de assistência emergencial com projetos de longo prazo, como suporte educacional, reintegração no mercado de trabalho e ações de saúde mental. A Política Nacional de Saúde e Segurança do Trabalhador pode ser um modelo para essa abordagem.