Necessita-se valorizar mais a cultura africana

Por

O tema da redação do Enem deste ano foi, mais uma vez, seguindo a linha, nas relações sociais. E bota social nisso: "Os desafios da valorização da herança africana no Brasil". Independente da linha que a prova pedia para escrever sobre, devemos parar e pensar como o país valoriza não apenas a cultura africana, mas a cultura dos povos que fazem a nossa nação.

A colonização brasileira começou, incialmente, pela miscigenação entre o potuguês e indígena. Depois, veio o africano. Mais tarde, o francês, holandês, espanhol, italiano e alemão. A partir daí percebe-se o quanto nosso país é plural culturalmente. E em cada idioma, uma enraização da questão da língua, costumes, vestimenta, culinária e por aí vai.

Somos brasileiros por essa mistura e, mesmo assim, não sabemos como valorizar isso. Pegando como base o tema da redação do Enem, a cultura africana ainda está indicada aos subalternos, mas isso não quer dizer que precisa ser a menos valorizada. Ela também precisa estar em voga.

Museus, monumentos, exposições, quantas são as formas de se valorizar os costumes daqueles que vieram trabalhar no Brasil, oriundos do continente africano? Desde a religião até a comida, passando pela vestimenta, são várias as heranças da África no país, e pouco são vistas como fundamentais para a nossa histórica e cultura. Criar disciplinas sobre o povo africano foi apenas uma forma para entendermos como eles são fundamentais na nossa formação como nação. E, mesmo assim, não têm o destaque apropriado.

Não importa se eles eram escravos, mas tiveram sua imponência na formação etnico-religiosa e cultural no Brasil. Há vários exemplos de escritores, artistas, músicos negros que fizeram e fazem sucesso. Há várias estátuas e esculturas de personalidades negras que marcaram a história do brasil. Temos um feriado, novamente nacional, em homenagem a Zumbi dos Palmares, que virou o Dia da Consciência Negra, para, justamente, pensarmos como tratamos o povo africano, que cai no dia 20 deste mês.

Justo seria valorizar por igual a cultura de todos os povos que compõem o Brasil, mas, pela ignorância europeia, os africanos são esquecidos.