A música que cuida: um novo ciclo de esperança
A multi-instrumentista, cantora, compositora e musicoterapeuta Fernanda Cabral inicia um novo ciclo do projeto "Música nas Incubadoras - O Som que Cuida", uma iniciativa humanitária que se destaca pela sensibilidade e pelo compromisso com a saúde de bebês prematuros e suas famílias. Com quase uma década de experiência e uma trajetória que já passou por maternidades em países como Espanha e Portugal, Fernanda traz um olhar inovador para a música como uma ferramenta terapêutica.
Este projeto pioneiro é mais do que uma simples série de micro-concertos; é uma extensão do cuidado integral que as maternidades públicas brasileiras buscam oferecer. Ele se alinha perfeitamente às diretrizes que promovem a saúde da mulher e da criança, garantindo que famílias em situações vulneráveis tenham acesso a uma experiência que vai além da medicina convencional. A realização do projeto no Hospital Universitário de Brasília, sob a supervisão da chefe da UTI Neonatal, Janayna Bispo Araújo Costa, reforça a importância dessa proposta no ambiente acadêmico e de pesquisa.
A escolha de iniciar essa nova etapa em Novembro Roxo, mês de conscientização sobre a prematuridade, não poderia ser mais simbólica. Além de proporcionar alívio e conforto aos pequenos pacientes, as melodias e sonoridades acústicas utilizadas no projeto demonstram potencial para estabilizar frequências cardíacas e respiratórias, além de favorecer o ganho de peso, contribuindo diretamente para a recuperação dos bebês.
O impacto do "Música nas Incubadoras" vai além do que podemos medir. A presença dos pais durante esses encontros não só fortalece o vínculo emocional com seus filhos, mas também transforma o ambiente hospitalar em um espaço de interação, empatia e acolhimento. Fernanda observa que a fruição da música em situações de vulnerabilidade não apenas redimensiona a obra artística, mas também reconfigura as relações entre pais, bebês e a equipe de saúde.
A pesquisa musical voltada para a primeira infância, que agora se desenrolará no Hospital Universitário, promete trazer novas reflexões e dados que enriquecerão a metodologia já desenvolvida por Fernanda. Essa continuidade ao seu mestrado na Universidade de Brasília (UnB), focada na dramaturgia musical para bebês, é um testemunho de sua dedicação e paixão pelo tema.
A arte e a música têm um papel fundamental na promoção do bem-estar e na recuperação emocional de quem enfrenta desafios significativos, como a prematuridade. O projeto "O Som que Cuida" é uma prova viva de que, quando a música encontra o cuidado, a vida encontra novas possibilidades. A sociedade deve apoiar iniciativas como essa, que não apenas curam, mas também transformam e humanizam o ambiente hospitalar, trazendo esperança e um novo horizonte para as famílias.