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O culto à magreza pode ser (muito) perigoso

"Magras, magras, magras". Essa é uma nova trend que viralizou nas redes sociais, em especial no TikTok. Os vídeos, postados em tom de humor, envolvem duas ou mais pessoas (na massiva grande maioria mulheres) em situações que envolvem déficit calórico - geralmente passar horas sem comer, passar por cirurgias que limitem a alimentação ou demais situações que envolvam a outra pessoa perder peso para se encaixar no recuperado e sonhado padrão de beleza: a magreza, em geral magreza extrema.

Apesar das publicações serem feitas em tom humorístico, o teor dos vídeos e a constante busca pela magreza (por questões estéticas acima da saúde) pode levar distúrbios de alimentares (como bulimia e anorexia), dismorfia corporal (transtorno mental quando uma pessoa não consegue ver seu corpo como ele de fato é), além de outros problemas de saúde.

E a busca por esse objetivo, geralmente através de intervenções estéticas, pode custar muito caro. Na última semana, uma mulher de 31 anos morreu em decorrência de um procedimento de hidrolipo em uma clínica de estética, em São Paulo. Durante o procedimento ela teve parada cardiorrespiratória e foi levada às pressas para o hospital, mas não sobreviveu. De acordo com o marido dela, em entrevistas a diversos meios de comunicação, ela realizou o procedimento com um médico que conheceu através das redes sociais. Posteriormente, se descobriu que ele já tinha sido processado ao menos 22 vezes por outros pacientes. Ela entrou na clínica para realizar um sonho e não voltou mais.

A questão não demonizar cirurgias plásticas ou demais procedimentos estéticos, mas alertar que a busca sem responsabilidade por um corpo não saudável, mesmo que (momentaneamente) ele possa ser considerado belo, pode custar muito mais do que os R$ 2 mil em canetas emagrecedoras ou demais métodos para chegar no objetivo final do corpo magro para o projeto verão. O emagrecimento por estética não é um demérito, desde que seja feito de forma saudável e com responsabilidade.