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Acompanhando a transformação

As transformações globais ocorrem em uma velocidade jamais vista. Epidemias, desastres climáticos e o avanço da inteligência artificial já não são mais especulação de ficção científica. São realidades que desafiam não apenas governos, mas também o papel das instituições de ensino e pesquisa em preparar profissionais para enfrentá-las.

O exemplo recente da pandemia de Covid-19 ilustra bem essa questão. O coronavírus, desconhecido para a maioria em outubro de 2019, se transformou em uma emergência global apenas alguns meses depois, evidenciando lacunas no preparo e na resposta. O "como" e o "quando" dessas crises imprevisíveis demandam mais do que reações rápidas: exigem instituições capazes de antecipar cenários e formar profissionais que não apenas acompanhem as mudanças, mas liderem as soluções.

A Ilum, a escola de ensino superior vinculada ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), desponta como um exemplo promissor desse esforço. Concebida para formar cientistas interdisciplinares e ousados, a instituição aposta em um modelo educacional que alia ciência de dados, inteligência artificial e machine learning a uma prática experimental de ponta. Em um mundo onde os dados são tão valiosos quanto o petróleo, essa abordagem não é apenas inovadora, mas necessária.

No entanto, o modelo da Ilum, com apenas 40 alunos por ano, mostra também um paradoxo. Se, por um lado, a exclusividade garante qualidade e resultados excepcionais, por outro, levanta a questão: como escalar esse modelo para impactar mais pessoas em uma sociedade tão desigual?