A Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou um projeto de lei que promove um programa de promoção da defesa pessoal para mulheres da capital federal. A medida permite que mulheres possam circular com spray de pimenta e arma de choque em autodefesa. A medida precisar ser sancionada pelo governador Ibaneis Rocha.
Neste ano, o Governo do Distrito Federal ainda estabeleceu que, a partir de agosto do ano que vem, haverá no DF a "Semana da Lei da Conscientização da Lei Maria da Penha a e de prevenção e enfrentamento da violência doméstica e familiar". Neste ano, um homem foi preso na capital federal sob as novas penalidades para casos de feminicídio. A pena passa de 12 a 30 anos de reclusão para 20 a 40 anos de reclusão.
Todas essas medidas visam dar alternativas imediatas ou ao menos rápidas para conter a violência contra a mulher, o que é de extrema importância. Visam proteger mulheres do mesmo problema: um machismo que mata. Um machismo que faz com que homens se sintam no direito de humilhar, violentar e matar mulheres, enxergando-as como seres inferiores. Até novembro deste ano, a Secretaria de Segurança Pública do DF registrou 19 casos de feminicídios. Dezenove mulheres que tiveram suas vidas tomadas por motivos ligados a gênero.
Apesar das medidas propostas pelo GDF buscarem uma alternativa rápida, é necessário buscar combater o mal pela raiz. É necessário campanhas e programas de conscientização desde a infância. Nas escolas, dentro de casas.
Em seu livro "O Segundo Sexo", a escritora Simone de Beauvoir relata que na fase inicial da vida era tratada igual aos meninos, sem grandes distinções ligadas a gênero. Quando ela completou 12 anos, começaram as imposições do "dever da mulher" e do "dever do homem". Usando a escritora francesa como exemplo, é necessário buscar reverter esse mal até chegar nesse limbo que tende a ser evidenciado quando crianças começam a deixar de ser tratadas como crianças.