O Brasil enfrenta uma realidade que contrasta profundamente com seu potencial: um aumento exponencial no número de pessoas vivendo em situação de rua. Dados alarmantes apresentados em agosto de 2024 revelam que 308.277 indivíduos, pertencentes a 298.071 famílias, estão registrados no Cadastro Único como moradores de rua. Esse número é quase três vezes maior que o registrado em 2018, quando 116.799 pessoas estavam nessa condição. Essa paisagem de miséria não pode ser normalizada por uma sociedade que almeja justiça social e desenvolvimento.
O relatório do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome aponta causas estruturais para o problema, incluindo a ausência de dados padronizados e consistentes que poderiam embasar políticas públicas eficazes. Essa lacuna dificulta a implementação de estratégias integradas que consideram fatores econômicos, climáticos e sociais.
Para reverter esse quadro, é fundamental um esforço coordenado que inclua diferentes níveis de governo e setores da sociedade. As políticas públicas eficazes precisam ser baseadas em dados confiáveis e atualizados, garantindo que a população em situação de rua seja contemplada em iniciativas de moradia, saúde, educação e emprego. O acesso a programas de acolhimento e capacitação deve ser prioritário, enquanto iniciativas inovadoras de geração de renda e requalificação profissional podem oferecer caminhos reais para quem já perdeu todas as esperanças de uma vida melhor.
A sociedade, por sua vez, não pode assistir inerte a essa tragédia. A empatia deve ser transformada em mobilização.