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Pelo exercício diário da solidariedade

É tradicional em todo final de ano que a essência da fraternidade e solidariedade seja exaltada, muito especialmente através de palavras e gestos.

É certo que todos nós tivemos uma noite de Natal repleta de fartura. Família e amigos reunidos em um sentimento uníssono de harmonia e confraternização; um momento sublime para demonstrações de amor, afeto e humanidade, enaltecendo especialmente tudo o que nos une. Mas, por que somente no fim do ano esses valores universais são lembrados? Será que o amor, afeto, fraternidade e solidariedade são válidos apenas nas celebrações de Natal e Ano Novo? Por qual razão permanecemos separados e focados naquilo que nos divide, ao invés de baixarmos a guarda e prezarmos pela nobreza dos gestos de civilidade e por uma cultura de paz? É algo para analisarmos minuciosamente.

O mundo vivencia cenários de guerras absolutamente devastadores. Vidas ceifadas pela ganância desenfreada do homem pelo poder. Sem falar nas profundas desigualdades que assolam a humanidade. O abismo das diferenças sociais aparenta ser motivo de preocupação somente no Natal e no Ano Novo, mas, e ao longo do ano? O que autoridades públicas, empresários bem-sucedidos e outras personalidades da sociedade civil organizada estão promovendo efetivamente para a redução dos problemas sociais?

É bonito vermos iniciativas de denominações religiosas, que prestam relevantes serviços à sociedade, e que distribuem com frequência alimentos e roupas para pessoas em situação de rua, por exemplo. Mas, não para por aí. É necessário uma conjugação de forças para se vencer a fome, a desigualdade e outros tantos males sociais. Afinal, não é razoável acharmos que somente a entrega de uma quentinha de alimento resolva a siatuação dessas pessoas. Ela resolve um problema momentâneo, que é a fome, que em poucas horas volta a bater no estômago, sem qualquer garantia de que se alimentará novamente. É apenas um exemplo, uma demonstração de que o afeto e a solidariedade não podem ser limitados por datas comemorativas.

É mais do que um chamamento... Se trata de uma urgência social!