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Um Ano Novo bonito e silencioso

A beleza dos fogos de artifício não está no seu barulho. Está nas suas cores. Nas formas inusitadas que surpreendem, a cada estouro no ar. Trata-se de um maravilhoso espetáculo visual. Não sonoro.

É maravilhoso que os chineses tenham inventado a pólvora há mais de mil anos com esse propósito lúdico. De embelezar, de maravilhar. Infelizmente, logo os homens encontraram as utilidades bélicas daquele artefato produzido com enxofre, carvão e um nitrato.

Pois o barulho remete justamente ao que a pólvora tem de menos belo. O barulho fere. O barulho agride. O barulho machuca.

Enquanto as pessoas maravilham-se olhando os fogos nos céus, há vários outros naquele momento sendo feridos, sendo agredidos, sendo machucados.

Animais que têm ouvidos mais sensíveis. Mas não apenas eles. Mas também pessoas autistas. E há outros distúrbios e situações que provocam maior sensibilidade auditiva.

Felizmente, hoje o espetáculo dos fogos é perfeitamente possível com um mínimo de barulho. Artefatos modernos produzem o mesmo efeito emitindo bem menos ruídos. E são esses fogos silenciosos os que hoje são permitidos, conforme a lei nº 6.647, que proíbe a soltura de fotos que emitam barulho de mais de 100 decibéis.

Que a alegria e o encantamento do réveillon se façam para todos. Sem egoísmo. Sem exclusão. E, portanto, sem barulho.