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Um problema mais do que presente

Os desastres climáticos no Brasil aumentaram impressionantes 250% nos últimos quatro anos (2020-2023) em comparação à década de 1990. Esse dado alarmante, revelado por um estudo da Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica, coordenada pela Unifesp em parceria com o MCTI, a Unesco e a Fundação Grupo Boticário, expõe uma realidade inadiável: o Brasil enfrenta hoje o que antes era tratado como um problema distante.

Baseado em dados do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID) e em análises de temperaturas médias do ar e da superfície oceânica realizadas pela plataforma Climate Reanalyzer, o estudo evidencia que os efeitos da crise climática já impactam profundamente o cotidiano da população brasileira. Enchentes devastadoras, estiagens prolongadas, deslizamentos de terra e ondas de calor extremo são apenas algumas das manifestações que trazem sofrimento, perdas econômicas e desequilíbrios ambientais.

Ainda assim, as respostas governamentais e sociais permanecem aquém da urgência demandada. A situação atual escancara a necessidade de uma mudança imediata de postura: é preciso implementar políticas públicas que priorizem a sustentabilidade ambiental e invistam em soluções de longo prazo para mitigar os impactos da emergência climática. Falar sobre o futuro do meio ambiente não pode mais ser uma questão de escolha ou conveniência; é uma obrigação moral e pragmática.

A omissão de hoje será a condenação de amanhã. A cada dia sem ação concreta, mais pessoas serão vulnerabilizadas, mais ecossistemas serão degradados, e mais difícil será reparar os danos.