Obrigado
O título deste primeiro tema da semana é de fato muito inspirador - "O que vem do céu".
O editor e dirigente supremo da Carioquice, Luiz Cesar Faro, dono da Insight, é dotado de proverbial fidalguia de trato. O que dou prova por jamais ter dele recebido, sequer, um pedido para privilegiar qualquer assunto ou pessoa em meus muitos textos. Alguns até de pura opinião.
Há dias um telefonema do Faro me declarava: - "Nosso Almanaque 2025 será de tirar o fôlego. Sabe por quê? As delícias cariocas que caem diretamente do céu e se plasmam de imediato dentro dos espíritos dos que amam o Rio".
Feliz, pude segredar com meus botões: "Falar em céu é comigo mesmo, filho de mãe católica e que rezava por toda a família o tempo inteiro".
Minha inesquecível Zuleica Cravo Albin não fazia de suas orações o que é habitual no mais das vezes: pedidos a não ter fim. Minha mãe era grandiosa até nisso: rezava para agradecer ao Divino, aos céus, à bem-aventurança, pelo que já recebia no dia a dia, pela felicidade de existirmos e estarmos bem e sadios, um dia depois do outro, em um mundo enfermo e cheio de vicissitudes.
Por isso, intitulei esta crônica de Obrigado. Ao Senhor? Também, por certo. Mas especialmente à toda a equipe que inaugurou e fez permanecer por anos a fio a saudadíssima publicação "Carioquice". Equipe liderada com garra e muita tolerância democrática por Luiz Cesar Faro, agora acrescida do sangue novo de João Pedro Faro, seu filho.
Portanto, e já que me referi aí acima à persistência e à fé - a palavra certa é essa: FÉ - devo declarar caloroso obrigado aos Faro pela edição deste mais um (oitavo!) Almanaque temático no começo de 2025.
Obrigado a toda a equipe dedicadíssima, liderada pela firmeza e bom texto de Mônica Sinelli.
Obrigado pela escolha certeira das lembranças que caem do céu para aclarar e iluminar esses tempos por vezes nebulosos e temerários.
Obrigado à Carioquice por reiterar e abrigar temas tão incrustados nos corações dos cariocas. Ou seja, a Cidade Maravilhosa vista de cima, do alto, do superior. Ou um Rio que corre pelo céu. Esta oitava edição do Almanaque foi imaginada pelo Faro, ao que deduzo, para criar uma certeira magia, a superior, a que vem dos céus, das alturas cariocas, dos patamares quase infinitos.
Obrigado à toda equipe por referências até pouco usuais, mas fascinantes tais como voos de asa delta, parapente e helicóptero, saltar de paraquedas, pedaladas, trilhas e cachoeiras.
Obrigado também pela lembrança de rooftops e lounges, bares e restaurantes, às vezes considerados objetos e seduções do segundo time cultural.
Obrigado por nos acordar para os projetos sociais em comunidades, eventos por vezes modestos, mas onde gente mais humilde pode ser mais, ao menos um pouquinho mais feliz.
Obrigado pela coragem de insistir nessas notícias rejuvenescedoras do espírito carioca que "invadem a alma e nos permitem alguma plenitude". Inclusive a do pertencimento.
Obrigado pela insistência de lutar contra os recalcitrantes de narizes empinados à alegria possível de pessoas mais modestas, mais simples. Embora majoritárias, como sabemos.
Obrigado gente querida como os Faro, Sinelli e tantos mais, sempre de corações alargados, abertos e sensíveis. Cujos nervos expostos jamais se encolhem. Antes, expandem-se e se ampliam. E podem dar choques, tão vivos e pulsantes estão.