Há uma reflexão que o Distrito Federal pode fazer ao observar a história política do Maranhão. Enquanto muitos brasilienses apontam a longa influência da família Sarney naquele estado, poucos se dão conta de como, por décadas, o DF também esteve sob a liderança marcante da família Roriz. Essa comparação revela que dinâmicas de poder prolongado não são exclusivas de um lugar, mas um fenômeno que merece análise cuidadosa.
Não é incomum que as regiões administrativas do DF tenham bairros com o nome Roriz. Mesmo que de maneira não oficial, sendo apenas um apelido popular. Porém, nesse caso, a voz do povo é a voz de Deus e os locais sabem bem quem influenciou na regularização ou criação de determinados setores. Há o Roriz de Planaltina e a Vila Roriz no Gama. Samambaia só não veio com o nome, mas é uma cidade inteira ligada à história da família goiana que reinou em Brasília.
Joaquim Roriz, assim como José Sarney, construiu sua trajetória a partir de uma presença constante no cenário político, utilizando estratégias que atendiam às necessidades imediatas da população, como a distribuição de terras no DF. Essa política trouxe benefícios sociais importantes, mas também gerou desafios de longo prazo, especialmente no que diz respeito ao planejamento urbano e às desigualdades.
Mesmo após deixar o protagonismo político, a influência da família Roriz segue perceptível, seja nas alianças formadas ou na memória de sua liderança. No Maranhão, a família Sarney representa algo semelhante, mantendo um papel relevante mesmo após mudanças no poder.
Brasília, como capital do país, carrega a responsabilidade de simbolizar renovação e autonomia. Reconhecer as semelhanças entre essas histórias não diminui suas conquistas, mas abre espaço para refletir sobre como evitar ciclos de dependência política e promover uma gestão mais plural e dinâmica no futuro.