Por: Aristóteles Drummond

O criminoso cerco às privatizadas

Os movimentos das diferentes esquerdas encontraram um ponto comum, que é a demonização das empresas privatizadas ou mesmo de controle compartilhado, como é o caso da Brasken.

O cerco no setor elétrico, por exemplo, tem por base as falhas ocorridas na distribuição com algumas empresas com baixos índices de qualidade na prestação dos serviços. Embora o desempenho seja sofrível, os prejuízos são dos acionistas e não do erário, como antes, e parte do mal desempenho se deve ao agravamento da questão da segurança pública e às dificuldades operacionais nas zonas com forte influência do crime organizado. Ocorrências limitadas às principais capitais, como Rio e São Paulo, e regiões metropolitanas.

No caso da Braken, como na Vale, a dimensão de gastos decorrentes de acidentes ambientais tem sido enorme e, mesmo assim, parece não saciar a pressão da ala esquerdista do Judiciário, com ampla cobertura de políticos de esquerda ou mero populismo para indenizações sem fim. Ambas as empresas são relevantes em nossa economia. E na Eletrobrás uma perigosa revisão do que constou no edital da privatização pode inviabilizar futuras privatizações. Ao invés de querer aumentar sua presença no setor elétrico, o governo deveria estar mais preocupado em liberar obras de Angra III e novas usinas, como Cotingo, em Roraima.

O atraso no resgate do setor do saneamento, ainda sob gestão de estados e municípios, agrava a questão da saúde pública e mantém empresas viciadas na gestão temerária. Investimento em água e esgoto se reflete na qualidade de vida e na saúde da população.

A incapacidade de lidar com o setor privado como parceiro é flagrante nas concessões antigas, como a Rio-Juiz de Fora. É inacreditável que a questão da subida da serra de Petrópolis, corredor que liga o Rio ao Nordeste, Minas e Centro-oeste, seja uma vergonha. Nem um presidente com mandatos pelo Rio, e filhos, destravou a obra parada. E é urgente.

O presidente Lula, aos 79 anos, interessado em um bom mandato e até sonhando com a reeleição, deveria perceber que, sem estimular o investimento privado, vai ter um final triste neste mandato que o destino lhe proporcionou.

Não perceber que Cuba e Venezuela não são modelos para imitar mais sim para evitar.