Por: José Aparecido Miguel (*)

Entre a fila do SUS e a vida: espera para consultas bate recorde

1 -RISCO CONSTANTE NO RIO. Má conservação de imóveis leva a desabamentos de estruturas e aumenta o medo sobre novos casos no Centro do Rio. Somente nos primeiros dois meses e meio do ano, prefeitura recebeu 633 chamados com pedidos de vistoria para imóveis com ameaça de desabamento. Por Anna Bustamante e Geraldo Ribeiro. O comerciante Julio Agra, dono de uma loja de madeiras que funcionou cerca de 40 anos num trecho entre a Praça da República e a Rua Vinte de Abril, no Centro, viu ruir nos últimos anos o seu imóvel e outros três casarões vizinhos. Atualmente, o seu estabelecimento está em novo endereço, na Rua Frei Caneca. "Era para ser uma tragédia. Só não foi porque o desabamento aconteceu à noite, quando a loja já estava fechada", diz Julio Agra sobre o imóvel da Praça da República. No dia 8, durante o Desfile das Campeãs, desmoronou parte do casarão onde funcionou a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio, na Avenida Mem de Sá, na Lapa, não muito longe do Sambódromo. 'A gente já tinha avisado sobre o risco de desmoronamento várias vezes. A cidade está abandonada", reclamou Laura Jannuzzi, dona do imóvel vizinho, que teve parte do telhado danificada. A Prefeitura informou que o casarão já havia sido vistoriado e interditado. A preocupação da população se justifica. Somente nos primeiros dois meses e meio do ano, o portal 1746 recebeu 633 chamados com pedidos de vistoria pela Defesa Civil para imóveis com ameaça de desabamento no Centro. (…) (O Globo)

2-ENTRE A FILA DO SUS E A VIDA: espera para consultas bate recorde e dura em média 57 dias. Ferramenta desenvolvida pelo Globo permite saber quantos dias é preciso aguardar para se conseguir um atendimento especializado no Sistema Único de Saúde; governo diz que prioridade é agilizar serviços. Por Sarah Teófilo, Dimitrius Dantas e Karolini Bandeira. Números do Ministério da Saúde obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) mostram que pacientes precisaram aguardar, em média, quase dois meses (57 dias) para serem atendidos em 2024. A espera durou mais até do que o registrado durante a pandemia de Covid-19, em 2020, quando a média foi de 50 dias, até então a maior marca da série histórica iniciada em 2009. O tempo médio para uma consulta, que engloba as 84 especialidades disponíveis no SUS, nas 27 unidades da federação, contudo, mascara a realidade de locais onde conseguir ser atendido é um exercício de paciência. O maior prazo, segundo os dados, é para quem precisa de uma avaliação de um especialista em genética médica, indicada para casos de anomalias congênitas, no Mato Grosso. Do pedido de agendamento até o paciente ser recebido no consultório médico são, em média, 721 dias — ou seja, dois anos de espera. Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que tem adotado iniciativas que já ajudaram a reduzir filas e, no ano passado, "registrou recorde histórico" de cirurgias eletivas. "Foram mais de 14 milhões de procedimentos realizados, um crescimento de 37% em relação a 2022", diz a nota. Foram mais de 14 milhões de procedimentos realizados, um crescimento de 37% em relação a 2022", diz o Ministério da Saúde, em nota. (…) (O Globo)

(*) José Aparecido Miguel, jornalista, diretor da Mais Comunicação-SP,
trabalhou em todos os grandes jornais brasileiro - e em todas as mídias.
E-mail: jmigueljb@gmail.com