Este ano marca os 200 anos do nascimento do Imperador D Pedro II, considerado o maior dos brasileiros. Nascido no Rio e benfeitor maior de Petrópolis, a data seria uma oportunidade de levantar a autoestima nacional, que anda baixa pela tragédia dos anos lula-petistas-bolsonaristas, em que duas figuras menores competiram na falta de compostura para o exercício da alta função a que foram levados.
D. Pedro II governou o Brasil por 49 anos, impecável teve formação religiosa, ética, moral, cultural. Verdadeiro democrata, pode até ter exagerado na tolerância com o direito de crítica exercido nem sempre com responsabilidade e respeito; mas antes assim. Seu longo reinado registrou saudável e tranquila alternância no poder das correntes liberais e conservadoras e executou processo de libertação dos escravos lenta e segura. Não corresponde à verdade atribuir a abolição aos difíceis primeiros anos da República. Quando da Lei Áurea, coroamento de dedicada militância da Princesa Izabel, o número de escravos já era menor. Apenas ocorreu a imprevidência de não ter se preparado aqueles brasileiros para uma formação profissional que os situasse bem.
Os países desenvolvidos têm o bom hábito de valorizar seus personagens históricos relevantes. No Brasil, os tempos de ordem e progresso da monarquia praticamente se limitam à denominação de logradouros públicos com nomes de ilustres titulados do Império; mesmo assim, sem referência ao papel que exerceram na vida pública.
Os 200 anos da Independência foram praticamente ignorados pelo governo passado. O que evidencia que o então presidente pouco assimilou nos anos passados na academia das Agulhas Negras, onde os valores cívicos são exaltados no currículo. Agora, este outro brasileiro que ignora a existência, hoje como no passado, de brasileiros de boa formação no exercício da Presidência e certamente os serviços prestados por Pedro II na construção de nossa pátria.
O setor privado deve fazer alguma coisa, como reedição de parte da rica bibliografia sobre o Imperador e sua época. Brasil de prestígio e respeito internacional. Governante respeitado e que se comunicava com os maiores de seu tempo, muitos parentes, de igual para igual. E os militares, que têm em titulados do Império seus patronos, Almirante Marquês de Tamandaré, na Marinha do Brasil, e Marechal Duque de Caxias, também estadista com passagem marcante no Executivo e no Legislativo.
A sociedade, entidades cívicas e culturais não devem esperar iniciativas do governo. Talvez Petrópolis, hoje entregue a boas mãos, possa fazer algo que leve a cidade aos admiradores do grande brasileiro. O Museu Imperial é o mais visitado do Brasil desde sempre, a cidade ostenta com orgulho o título de Cidade Imperial. E foi residência e berço da Família Imperial. O Príncipe do Brasil, D. Rafael de Orleans e Bragança, Ligne por parte da mãe, nasceu na cidade onde seu pai, D. Antônio, morou quando se casou.