O avanço tecnológico tem sido um aliado fundamental na modernização do sistema judiciário, proporcionando ferramentas capazes de aumentar a eficiência e a precisão das decisões. O uso de reconhecimento facial e biometria, por exemplo, pode evitar injustiças e aprimorar a identificação de indivíduos, reduzindo erros humanos que, infelizmente, ainda ocorrem.
O recente caso da diarista presa por engano causou indignação e reforçou a necessidade de aperfeiçoamento dos processos de identificação criminal. Erros como esse minam a confiança da população na Justiça e expõem as falhas de um sistema que, muitas vezes, penaliza os mais vulneráveis.
Diante disso, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estuda a integração dos dados biométricos do sistema eleitoral com o Banco Nacional de Mandados de Prisão. Essa medida pode representar um salto significativo na segurança e confiabilidade das ordens de captura, garantindo que apenas os verdadeiros procurados sejam detidos. A biometria, por sua precisão, reduz a margem de erro na identificação, impedindo que cidadãos inocentes passem pelo trauma de uma prisão injusta.
Contudo, o uso dessas tecnologias exige responsabilidade. Sistemas automatizados devem ser constantemente auditados para evitar vieses que possam levar a discriminações ou reforçar desigualdades já existentes. Além disso, a proteção de dados deve ser uma prioridade, garantindo que informações sensíveis dos cidadãos não sejam expostas ou utilizadas de forma indevida.
A tecnologia pode - e deve - ser usada a favor da Justiça, mas sempre com o devido cuidado e supervisão. Um sistema judiciário eficiente não é apenas aquele que pune corretamente, mas também aquele que protege os inocentes. O caso da diarista deve servir como um alerta para que erros assim não se repitam. O avanço tecnológico pode ser um grande aliado, desde que seja implementado com critérios rigorosos e com um compromisso inabalável com os direitos humanos.