O uso de IA nas buscas iniciou o fim da era dos blogs?

Se antes o padrão era digitar nos buscadores, agora a rapidez de obter uma explicação assertiva está cada dia mais direcionada às ferramentas de IA

Por Redação

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Georgia Aliperti, Chief Creative Officer na Rosh

Recentemente temos visto uma importante mudança no comportamento dos usuários ao procurar por respostas na internet. Se antes o padrão era digitar nos buscadores, agora a rapidez de obter uma explicação assertiva está cada dia mais direcionada às ferramentas de IA, e o impacto disto nas estratégias baseadas em SEO é iminente.

 Em fevereiro, alguns dados que indicam justamente este efeito migratório tomaram notoriedade nas notícias: o HubSpot viu seu tráfego orgânico despencar em 36% em dezembro, o que explica o porquê do próprio Google já estar agregando uma resposta prévia, gerada por inteligência artificial, à dúvida de quem está acessando.

Mas como isso interfere nas estratégias de inbound marketing e geração de leads? Até pouco tempo atrás, estudos do próprio HubSpot e da RD Station indicavam a priorização de conteúdos para topo de funil como uma estratégia essencial para as marcas atraírem leads, recomendando que blogs deveriam seguir a regra de 70% de textos ToFu, 20% MoFu e 10% FuFu, para garantir um bom ranqueamento e visibilidade.

Agora, se considerarmos que a base está adquirindo novos hábitos e mudando o local em que procura por respostas básicas, e espelharmos essa redução média de 30% das buscas e acessos aos sites que fornecem materiais informativos, resta a nós apenas o caminho da adaptação. Para manter a relevância de um site e seguir com um bom volume de acessos, precisamos considerar um cenário de produção mais equilibrado, com 40% de matérias para topo de funil, 40% para meio e 20% para fundo.

 Isso não significa que o mercado deva simplesmente deixar de produzir para topo de funil, ou produzir menos, mas explorar de forma mais inteligente os recursos que temos. Se cresce a necessidade de dinamismo para obter uma informação, então em vez de produzirmos estes formatos mais genéricos no blog, com textos extensos, podemos oferecê-los em pílulas mais objetivas, com vídeos para social media, por exemplo, para disputar essa atenção com uma experiência semelhante: rápida e atrativa.

 Não é o fim da era dos blogs, mas certamente mais um desafio para as marcas contornarem e se adaptarem a um novo comportamento de consumo, dando no site maior destaque para opiniões, análises mais aprofundadas, experiências pessoais, tutoriais, materiais específicos de produto/serviço, ou seja, conteúdos mais originais e relevantes. O que muda é a forma como atraímos o lead, porque ele chega com mais base até a marca.

*Artigo escrito pela Georgia Aliperti, Chief Creative Officer na Rosh