O Brasil deve ampliar sua liderança emergente, como fornecedor de alimentos à sua maior parceira, a China, como também deverá encarar uma demanda crescente por parte da Europa.
A previsão animadora foi emitida pelo conceituado jornal britânico Financial Times (FT), em reportagem nesse domingo (13), para quem a guerra tarifária travada, no momento, entre Estados Unidos e China, representaria uma 'janela estratégica' para o agronegócio tupíniquim, que tende a continuar.
Ao taxar de 'divórcio litigioso', a atual contenda protagonizada entre a águia ianque e o dragão chinês, o períodico britânico projeta que tal embate será suficiente para 'redesenhar' a economia global.
Outro reflexo positivo da treta estadunidense-mandarim seria no sentido de 'frear' a alta, em curso, da Selic (taxa básica de juros), apontam analistas.
Voltando às vantagens que o acirramento comercial das duas superpotências da atualidade sobre o Agro brasileiro, o jornal acentua que a produção agropecuária nacional consolida sua posição como principal fornecedora de alimentos para Pequim. "Agora, a tendência é de que o país avance ainda mais", acrescenta o FT.
Prosseguindo em sua análise, a reportagem do rotativo inglês destaca que as exportações brasileiras para a China já vinham em modo crescente, antes mesmo do anúncio do tarifaço do republicano Trump.
Somente a venda da carne bovina brasileira para a China, por exemplo, saltou um terço no primeiro trimestre de 2025 (1T25), no comparativo anual, ao passo que o comércio de carne de frango e soja também registraram elevação expressiva.
Da parte de Tio Sam, a reportagem chama a atenção para o fato de que os agricultores estadunidenses ainda sequer se recuperaram da guerra comercial anterior, deflagrada no primeiro governo Trump.
Sinal de que a situação nos EUA não está nada fácil, em carta aberta a Trump, a Associação Americana de Produtores de Soja solicitou ao presidente negociasse com a China, sob o argumento de que o setor havia perdido 10% de participação no mercado chinês, espaço jamais recuperado. Ao mesmo tempo, produtores brasileiros admitem que a demanda chinesa tem aumentado.