Brasília é a capital do Brasil, mas não é sinônimo de Distrito Federal. Essa confusão é comum, até entre os moradores do quadradinho. Na prática e na lei, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra. Brasília é a sede do governo federal, onde ficam o Congresso, o Palácio do Planalto, o Supremo e todos os ministérios. Já o Distrito Federal é a unidade da Federação onde Brasília está localizada, com 35 regiões administrativas e mais de 3 milhões de habitantes.
Na Constituição, o artigo 32 diz que o DF não pode ser dividido em municípios. É o único lugar do país com essa regra. Isso quer dizer que não tem prefeitos nem câmaras de vereadores. Ou seja, aqui, as eleições acontecem somente a cada quatro anos, durante as Nacionais, quando se elege uma Câmara Legislativa, com deputados distritais. Ao redor da capital, estão as regiões administrativas, que, antigamente, eram chamadas de "cidades satélite".
Tudo é comandado por um governador e por administrações regionais, que são indicadas - e não eleitas. E Brasília, como capital, é só uma parte do DF — mais precisamente, o Plano Piloto. É como se fosse o "centro" da cidade, mas não é a cidade inteira. Aliás, ninguém que nasceu no DF chama Brasília de Brasília. Aqui, é apenas "Plano Piloto" ou só "Plano".
A Lei nº 3.751, de 2006, define os limites da Região Administrativa do Plano Piloto. Ela abrange o Eixo Monumental, as superquadras, a Esplanada e a área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Mas, fora desse limite, há dezenas de cidades que formam o DF: Ceilândia, Taguatinga, Samambaia, Gama, Planaltina, Sobradinho, Recanto das Emas, e por aí vai.
O tema pode ser confuso até para os brasilienses, mas a explicação é simples: Brasília é a capital. O DF é bem mais.