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Um ano: balança equilibrada entre investimentos e valorização profissional

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Leandro Monteiro*

Ao completar o primeiro ano à frente da Secretaria de Estado de Defesa Civil (Sedec-RJ) e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), é hora de fazer avaliações e apresentar para a sociedade os desafios e resultados da gestão de um serviço de segurança pública que nunca para: são 24 horas ininterruptas para cumprir a missão de vida alheia e riquezas a salvar.

Sou bombeiro militar e, desde que fui honrado com a incumbência de comandar uma instituição de credibilidade como o Corpo de Bombeiros, tive a firme convicção de que minhas ações seriam voltadas para a valorização do capital humano, desenvolvendo uma equação simples: apoio psicológico e social para o bombeiro militar e sua família; capacitação, qualificação e especialização, somadas à modernização e renovação de nossos equipamentos de socorro para garantir um serviço de excelência contínuo para os 92 municípios fluminenses que atendemos.

Em um só dia, realizamos uma média de 850 atendimentos. Só este ano, já contabilizamos 224 mil pedidos de socorros em todo estado. Números que implicam investimentos: desde 29 de setembro do ano passado, foram mais de 112 milhões de reais para fornecer imediatamente melhores condições de trabalho para nossos bombeiros.

Outros 590 milhões de reais foram destinados para a aquisição de mais de 400 viaturas operacionais, incluindo plataformas e escadas mecânicas; caminhões de incêndio; veículos adaptados para busca e salvamento; uma aeronave de asa fixa, um helicóptero; embarcações; drones, além de equipamentos operacionais diversos, como desencarceradores, motosserras, capacetes, máscaras, luvas, mangueiras, cordas, equipamentos de proteção individual, fardamentos, lanternas e nadadeiras.

Dentro do planejamento da corporação também estão previstos investimentos de aproximadamente R$160 milhões, na ampliação do atendimento e modernização das suas instalações físicas e a implantação de dois quartéis novos em Macaé e Japeri; a construção da nova sede do Grupamento de Operações Aéreas (GOA), em Jacarepagua; a reforma e ampliação do 2º Grupamento Marítimo, na Barra, entre outras ações de melhorias de unidades operacionais e administrativas da instituição.

Nada disso, porém, teria validade sem os devidos investimentos no que temos de mais valioso: nossa força de trabalho.

Sensível às demandas do profissional da linha de frente, o governador Cláudio Castro já aprovou um investimento de cerca de 200 milhões de reais que possibilitará a construção de um hospital de ponta para atender os militares ativos, inativos, dependentes e pensionistas do CBMERJ.

Entre outras iniciativas, institucionalizamos o apoio emocional para a tropa. O CBMERJ criou a seção de Psicologia em Desastres para o acolhimento dos bombeiros, assim como de seus familiares, que passaram a contar com orientação, encaminhamento, ou ainda, um espaço para descompressão emocional após passar por situações de grande desgaste.

Também, a partir desse ano, nossos oficiais serão formados com a chancela da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que passa a contribuir com sua experiência para que formemos líderes e gestores capazes de produzir conhecimento de maneira institucional para aplicar no cotidiano operacional da corporação.

Para reforçar nosso capital humano, realizaremos um concurso para preencher 3 mil vagas temporárias – 2.548 são para soldados e 452 para oficiais do quadro da Saúde – sendo 30% delas reservadas para candidatas mulheres.

No campo da Defesa Civil, celebro a conquista de integrar o Banco de Boas Práticas em Ações de Proteção e Defesa Civil do Governo Federal com nove projetos. São iniciativas que servem de modelo para todo país nas áreas de Gestão Sistêmica, Mapeamento de Áreas de Risco, Núcleos Comunitários, Defesa Civil na Escola, Monitoramento, Alerta e Iniciativas para as Comunidades. Também recebemos o certificado internacional pela adesão à iniciativa MCR2030 (Make Cities Resilients) de compromisso para a redução do risco de desastres no Estado do RJ.

Ao final de tudo isso, quero ter a certeza de ter contribuído para deixar uma instituição renovada e fortalecida não só para encarar e superar os desafios do dia a dia, mas capaz de atuar em situações emergenciais com padronização de procedimentos, previsibilidade de condutas, coletivismo e unidade de comando.

 

*Coronel e comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio. Secretário de Defesa Civil