A falta de prestigio do esporte olímpico

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Muitos falam que o binômio educação e esporte é importante para o crescimento da criança. Contudo, os setores, por coincidência, não têm investimentos adequados à ideia.

Para sacramentar ainda mais isso, estamos no período dos Jogos Pan-Americanos, a maior competição olímpica das Américas, que está sendo realizado em Santiago, capital do Chile. E, pela primeira vez na história, nenhuma emissora de televisão quis comprar os direitos do evento. Ele, hoje, está sendo transmitido pelo canal do YouTube do Comitê Olímpico do Brasil e pela CazéTV.

Ou seja, grandes nomes do esporte brasileiro, que podem ser ídolos de milhões de crianças e jovens, só estão disponíveis pela fibra óptica da internet — e banda larga.

Tudo bem a competição não é mais classificatória em muitos esportes. Porém, em tempos passados, era considerada o ponto alto das atividades de muitas confederações — com várias mandando seus principais atletas para treinar e obter pontos importantes para o ranking internacional. O próprio Brasil, em 2007, quando sediou o torneio, estava no auge em muitas modalidades. Algumas instalações, inclusive, foram reaproveitadas para as Olimpíadas de 2016.

Um ponto que pode estar fazendo essa baixa tem a ver com a própria procura, já que, atualmente, nem todos os esportes estão em alta no país e, passar um evento deste porte, não seria tão lucrativo para as emissoras. Vale lembrar, ainda, que, desde a saída de Nuzman do comando do Comitê Olímpico do Brasil, após os escândalos sobre a eleição do Rio como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, a entidade também não vem tendo o prestígio de outrora. Por mais que a gestão de Paulo Wanderley tenha conseguido recordes, isso pode ser fruto do projeto que a equipe de Nuzman deixou, e foi aprimorado pela atual.

O esporte olímpico brasileiro nunca teve tanta chance de medalhas em várias modalidades esportivas, a ponto de sonhar com o vice-campeonato dos Jogos, superando até a quaidade de medalhas de Lima 2019 (54 ouros e 169 no total). Por isso, ter uma maior visibilidade seria importante para o nova geração e para fazer jus ao binômio educação e esporte no crescimento dos jovens.