Marisa Letícia Lula da Silva, com 66 anos, faleceu no dia 03 de fevereiro de 2017, foi vítima de após sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico. Ficou internada no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, até ser constatada sua morte cerebral. Foi a primeira-dama do Brasil de 1º de janeiro de 2003 a 1º de janeiro de 2011.
Na noite daquela sexta, 03 de fevereiro, a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo confirmou a doação dos rins, fígado e as córneas. O procedimento de extração deve ter iniciado à meia-noite e depois os órgãos foram encaminhados aos hospitais onde estavam os receptores, até hoje os seus nomes não foram divulgados.
O corpo da ex-primeira-dama foi velado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, onde ela e Lula se conheceram. Houve uma comoção nacional. Ela era uma pessoa querida, amada pelo povo, pela militância do PT e desempenhou o papel de primeira-dama de forma impecável. Esteve com Reis e Rainhas, Presidentes, Chefes de Governo, correu o mundo de forma impecável. Sempre elegante, discreta, nunca disputou o protagonismo com o marido e sabia que a sua missão protocolar tinha que ser exercida com total precisão. Respeitava o Itamaraty, o protocolo e durante oito anos nunca expôs o país a nenhum vexame e gafe.
Dona Marisa era apaixonada pelo homem Luíz Inácio, a quem conheceu como dirigente sindical. Cultivava a presença dos verdadeiros amigos, dos companheiros de jornadas históricas e nunca criou barreiras ou virou dona da agenda do marido. A turma que amava o homem Lula era recebida com carinho, já os puxa sacos e apaixonados pelo mito, não gozavam da sua intimidade e ela sabia o efeito nefasto deste tipo de convivência.
Ela foi a maior vítima do lavajatismo desenfreado. O seu sangue sujou as mãos do hoje senador Sérgio Moro. Ela sofreu muito com as perseguições, com uma operação policial que a retirou da cama e revirou toda a sua intimidade, com o seu colchão ainda quente. Sofreu e o AVC é atribuído a este martírio silencioso com uma mídia massacrando o seu marido de forma impiedosa. Uma relação incestuosa entre procuradores, magistrados e grandes veículos de comunicação, especialmente a Rede Globo. Horas e horas de Jornal Nacional.
A atitude descabida da atual primeira-dama, Janja da Silva, de usar termos chulos para atacar um já indicado membro do primeiro escalão do presidente eleito Donald Trump, de promover com verbas de estatais, entre elas a sua Itaipu de estimação, para patrocinar com R$ 30 milhões de dinheiro público, um JanjaPalooza para agradar a sua bolha, nos obriga a uma comparação inevitável.
Esta jovialidade cinquentenária e protagonismo político sem freios na língua da atual primeira dama é algo que os ex-integrantes do núcleo histórico de Lula tentaram coibir. Muitos conselheiros foram afastados exatamente por isso.
A Dona Marisa faz muita falta no Brasil de hoje. O Lula, da Marisa, é diferente do Lula da Janja oficial. Ele não rejuvenesceu com a sua nova esposa balzaquiana. Ele se isolou do núcleo que lhe dizia a verdade, perdeu os seus conselheiros mais fiéis, perdeu a companheira que lhe colocava com os pés no chão, se afastou do seu núcleo familiar e dos filhos da Marisa, perdeu a conexão com uma coerência histórica. Um lastro que tanto bem fazia a ele e ao país.
O deslumbramento e a falta de freios da atual primeira-dama contagiou e desconectou o protagonista do mandato com a realidade do seu entorno. O Lula sem Marisa não é o Lula que governou o país por oito anos e saiu surfando na popularidade. Os últimos episódios só revelam o quanto D. Marisa Letícia Lula da Silva faz falta ao país, ao Alvorada e ao próprio terceiro mandato de Lula. Quantas saudades da D. Marisa, uma primeira-dama que representava com altivez os valores da mulher brasileira e que honrava a função que a história lhe deu por oito anos. Marisa era apaixonada pelo homem e a Janja pelo personagem público. Uma diferença enorme.