Por: Isabella Menon
O presidente Jair Bolsonaro (PL) não gostou da sátira do desfile da Rosas de Ouro, que o representou como jacaré na avenida neste domingo (24), no Sambódromo do Anhembi, na capital paulista. "Que apresentação ruim kkkkkkkkkkkkkkkk. Valeu", escreveu ele no Twitter.
Em seguida, Bolsonaro fez mais um tweet dizendo que "todas as doses aplicadas no Brasil foram compradas pelo Governo Federal e repassadas aos Estados/Municípios assim que liberadas pela Anvisa".
O post diz ainda que 600 milhões de doses foram adquiridas e mais de 487 milhões distribuídas. "Defendemos desde o início a liberdade de escolha de cada um."
A cena que desagradou o presidente fez referência a uma frase dita em dezembro de 2020, quando ele afirmou que não havia garantias no contrato com a farmacêutica Pfizer sobre efeitos colaterais da vacina contra Covid-19.
À época, ele declarou: "Se tomar e virar um jacaré, é problema seu. Se virar um super-homem, se nascer barba em mulher ou homem falar fino, ela [Pfizer] não tem nada com isso".
O momento foi encenado no último carro da Rosas de Ouro, penúltima escola do grupo especial a desfilar no Carnaval em São Paulo.
Quando uma enfermeira aplicou uma injeção no "presidente", um efeito de fumaça foi feito sobre ele, uma porta secreta girou, e um jacaré apareceu. Parte do público aplaudiu e passou a gritar "fora, Bolsonaro".
Além da Rosas de Ouro, outras escolas fizeram críticas políticas. Foi o caso da Gaviões da Fiel.
O cabeleireiro Neandro Ferreira, 55 anos, desfilou usando terno e uma faixa semelhante às usadas por presidentes, mas sem nenhuma menção direta a Bolsonaro. Ao lado dele, a cabeleireira Gisele Porto, de terninho e saia, também usava uma faixa e interpretava uma primeira-dama.