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Lewandowski defende a J&F

Em 2021, quando ainda era ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski suspendeu um processo do Tribunal de Contas da União (TCU) contra o empresário Joesley Batista, que era então o presidente do Conselho de Administração da JBS, um dos braços da J&S. Lewandowski aposentou-se e deixou o STF em abril. Este mês, passou a atuar como consultor da mesma J&S. Em sua primeira atuação para a empresa, ele emitiu parecer defendendo a anulação das sentenças contra a empresa.

O parecer de Lewandowski foi obtido pela revista Crusoé e tem gerado críticas e questionamentos por conta de sua atuação anterior no Supremo livrando Joesley Batista de processo. A ação do TCU que Lewandowski anulou pedia o ressarcimento de R$ 670 milhões por supostas irregularidades cometidas em uma operação em que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) comprou ações do frigorífico Bertin, em 2008.

A suspensão do processo pelo TCU ocorreu após a JBS alegar que houve irregularidades na ação e que a operação foi realizada de acordo com a legislação vigente. 

A JBS tem sido alvo de diversas investigações no Brasil e no exterior por corrupção e lavagem de dinheiro. Em 2017, a empresa fechou um acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF) para pagar uma multa de R$ 10,3 bilhões em troca de imunidade penal para seus executivos. No entanto, o acordo foi alvo de questionamentos e a empresa ainda enfrenta processos e investigações em andamento.

O ex-ministro do Supremo, que completou 75 anos recentemente, foi contratado pela equipe jurídica da J&F menos de uma semana após a ter deixado o STF.

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