Por: Gabriela Gallo

Festival de CPIs vai chegando perto do fim

André Megale e membros da CBF na CPI das Apostas | Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Após alguns meses com diversas Comissões de Parlamentares de Inquérito (CPIs) acontecendo simultaneamente, as investigações vão chegando perto do fim. O que, no entanto, não significa necessariamente que as comissões tenham de fato chegado a conclusões relevantes sobre os temas que apurava. O Correio da Manhã faz um balanço das conclusões finais dessas comissões que foram instaladas no primeiro semestre deste ano.

Apostas Esportivas

A comissão esperava ouvir nesta segunda-feira (11), o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues. No entanto, ele não compareceu porque estava em Lima, no Peru, com a Seleção Brasileira, que jogará contra o Peru seu segundo jogo pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo 2026 nesta terça-feira (12). Com isso, sua oitiva foi remarcada para a quarta-feira da próxima semana (20).

Quem compareceu no lugar dele representando a CBF foram o ex-Diretor de Governança e Conformidade Andre Megale, o Diretor de Competições, Julio Avellar, o ex-Diretor Financeiro Gilnei Botrel e o ex-Diretor de Integridade Rômulo Reis.

Em decorrência da polêmica envolvendo a manipulação de apostas esportivas, a FIFA (Federação Internacional de Futebol) anunciou nesta segunda-feira (11) que ampliou a abrangência da punição de 11 jogadores brasileiros envolvidos em esquemas de apostas esportivas. Os jogadores Ygor Catatau, Gabriel Tota e Matheus Gomes foram banidos da FIFA, os demais estão afastados por, no mínimo, 360 dias.

Nesta terça-feira (12), às 10h, a Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados irá realizar uma audiência pública para debater a nova regulamentação das apostas esportivas no futebol. Está confirmada a presença do assessor especial do Ministério da Fazenda, José Francisco Mansur. O inquérito foi aberto pelo deputado Mauricio do Vôlei (PL-MG). De acordo com o parlamentar, a expectativa é que o governo federal encaminhe uma medida provisória ao Congresso Nacional para regularizar a situação.

CPI das Americanas

Outra comissão instalada no primeiro semestre, a CPI das Americanas foi encerrada na semana passada. O relator da Comissão, deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), entregou seu relatório final, que não apresentou grandes desdobramentos com relação ao que já se sabia sobre o rombo de R$ 20 bilhões nos cofres da empresa.

Apesar do relatório ter reconhecido que houve uma fraude contábil na empresa e que ex-diretores e ex-executivos da Americanas podem ter participado do esquema, o documento não apresenta nomes de nenhum culpado. Nenhum dos três acionistas de referência da empresa varejista e o ex-presidente da companhia Miguel Gutierre, que ficou à frente da Americanas por 20 anos, prestou depoimento à comissão.

CPMI 8/1

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro também está chegando perto do seu fim. Nesta terça-feira (12), às 9h, a Comissão vai ouvir os depoimentos da ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), Marília Ferreira Alencar, que estava no posto na época dos ataques à sede dos três Poderes. E além dela, Marcela da Silva Morais Pinno, cabo da Polícia Militar do DF que atuou no Batalhão de Choque no dia da invasão, também prestará depoimento aos parlamentares. Na quinta-feira (14), quem será ouvido é o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto que é investigado por omissão nos atos.

Até o momento, a CPMI tem prevalecido a posição da maioria governista em detrimento da oposição, que pediu a investigação. No entanto, ainda não foi confirmado nenhum nome ou órgão culpado por articular os ataques. “Todas as forças de segurança falharam no oito de janeiro. Eu espero que essa CPI [dos atos antidemocráticos], além de punir os culpados, tenha condição de apresentar ao governo uma estrutura de segurança pública que respeite os impostos do povo brasileiro”, declarou por meio das redes sociais o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA).

Mas a CPMI contribuiu com o trabalho da Polícia Federal. Durante a comissão, o hacker Walter Delgatti Neto achou a atenção para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre supostas tentativas de golpe de Estado caso o ex-presidente não fosse reeleito em 2022. Após o depoimento do hacker, que está preso desde agosto, a Polícia Federal deu continuidade a processos contra o ex-presidente.

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