Por: Gabriela Gallo

Lula deve disputar reeleição em 2026, segundo Haddad

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, nesta terça-feira (02), que existe um “consenso” dentro do Partido dos Trabalhadores para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concorra à reeleição nas eleições presidenciais de 2026. Ele ainda comentou que, por enquanto, não há um candidato que substitua Lula dentro do partido e negou interesse em concorrer ao cargo. As informações são do jornal O Globo.

Durante sua campanha eleitoral, em 2022, Lula declarou que não pretendia concorrer ao cargo novamente, em decorrência da idade e o interesse dele em se aposentar com a primeira-dama Janja da Silva. Porém, desde que foi eleito ele começou a rever seus conceitos e, caso seja reeleito em 2026, ele assumirá com 81 anos de idade.

MP
Apesar do interesse do PT para que Lula dispute a presidência, o petista encerrou o ano de 2023 com a maior parte das Medidas Provisórias (MPs) do governo “caducadas” no Congresso Nacional, ou seja, elas perderam a validade sem terem sido votadas de fato. Dentre elas, está a MP que zerava os impostos sobre os combustíveis diesel, biodiesel e gás de cozinha.

Das 44 MPs, apenas sete foram aprovadas e sancionadas ao longo do ano, o equivalente a 16% de conversão. Porém, vale lembrar que o percentual pode aumentar nos próximos meses, dado que parte delas ainda não teve a tramitação encerrada.

No entanto, na avaliação do analista político Leandro Gabiati, os assuntos não estão vinculados. “São assuntos diferentes que não se vinculam, ainda que pareça meio paradoxal. Eleição e sucessão é uma coisa, relação entre Executivo e Legislativo é outra coisa”, reforçou Gabiati ao Correio da Manhã.

Ele explicou que, nas eleições, é preciso avaliar a dinâmica e aprovações do governo como um todo e que, apesar do governo federal ter passado por uma série de derrotas no Congresso, o primeiro ano de governo foi relativamente positivo, principalmente com a aprovação de agendas econômicas importantes. “Então, você olha essa situação de uma economia minimamente encaminhada e a falta de concorrentes do outro lado, o cenário político para 2026 é que o Lula está bem encaminhado”, explicou.

“A questão do Legislativo é diferente porque há uma característica política institucional diferente, em que o Congresso tem uma agenda em que há uma disputa do poder Executivo e Legislativo. A rejeição ou a não aprovação de MPs talvez não decorrem tanto da falta de habilidade do Planalto, mas de uma disputa de poder sobre a tramitação de emendas provisórias entre Câmara e Senado. Mas isso é uma nova relação política constitucional no Brasil em que o Congresso tem às vezes uma agenda própria de poder. É um jogo diferente”, completou o analista político.
Desafios

A reportagem também conversou com o cientista político André Pereira César considera que o saldo final do governo no primeiro ano de mandato foi positivo, em especial pela aprovada da reforma tributária no Congresso, mesmo com uma forte resistência. No entanto, ele destacou que “o jogo vai ficar muito difícil” neste ano, em especial devido às eleições municipais.

“As eleições municipais, no segundo turno, vão ser um campo de batalha muito complicado, é uma guerra que a gente não sabe para onde vai. As eleições municipais antecipam as eleições gerais de 2026. O resultado das eleições, ao final de novembro, podem indicar dificuldades para a recandidatura do Lula. Elas vão desenhar um mapa e quem tiver bem colocado nesse mapa vai ter muita chance”, destacou Cesar ao  Correio da Manhã.

Ele reforçou que ainda é cedo para afirmar os possíveis candidatos à presidência. Porém, além da especulação para um sucessor de Lula no campo da esquerda e centro esquerda, também há a especulação de quem deve ser o sucessor de Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível e não poderá concorrer para as eleições presidenciais de 2026.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.