Por: Gabriela Gallo e Murilo Adjuto

Lewandowski assumirá Ministério da Justiça em 1º de fevereiro

Experiência foi o fator para a escolha de Lewandowski para suceder a Dino | Foto: Foto: Ricardo Stuckert / PR

Como foi adiantado pelo Correio da Manhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou no Palácio do Planalto que o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski assumirá a chefia do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O comunicado aconteceu nesta quinta-feira (11). Lewandowski assumirá a pasta em 1º de fevereiro (quinta-feira). Segundo Lula, ele pediu mais tempo para resolver “questões pessoais” ligadas a seu escritório de advocacia em São Paulo. Enquanto isso, Dino será o responsável pela transição de ministros.

“Eu acho que ganha o Ministério da Justiça, ganha a Suprema Corte e ganha o povo brasileiro com essa dupla [Dino e Lewandowski], cada um na sua função. Quando eu indico uma pessoa, eu indico por relação de confiança”, afirmou Lula.

Lewandowski assumirá no lugar de Flávio Dino, que deixa o ministério para ocupar uma cadeira na Suprema Corte no lugar da ministra aposentada Rosa Weber, em 22 de fevereiro. O ex-ministro do STF se aposentou no ano passado. Quem entrou no lugar dele foi o advogado Cristiano Zanin, primeiro indicado de Lula ao tribunal no atual mandato.

“Feliz em ser sucedido pelo ministro Ricardo Lewandowski, um professor pelo qual tenho estima e admiração. Desejo sorte e sucesso”, manifestou Flávio Dino por meio das redes sociais.

Em nota, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) parabenizou o ministro pela nova função e colocou a instituição à disposição para "projetos e iniciativas". A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) também parabenizou Lewandowski por meio de nota e desejou sucesso ao ministro na nova função.

Nova gestão

Ao Correio da Manhã, o cientista político Tiago Valenciano analisou que a gestão de Lewansdoki no Ministério deverá ser pautada pela parcimônia e pela conciliação, baseado na sua atuação enquanto era ministro do Supremo. Ele ainda destacou que a experiência de Lewandowski foi outro ponto relevante na escolha da pessoa que assumiria o lugar de Flávio Dino, que também teve uma vasta carreira política antes de ser aceito no STF.

“O Lula precisava trazer alguém com uma experiência já reconhecida, nacionalmente falando, para ocupar o lugar do Flávio Dino, que chegou até a ser cotado para ser um dos pré-candidatos à Presidência na sucessão de Lula. Então, Lewandowski vem para dar a segurança no seguinte sentido: ‘Olha, tirei o Dino, mas eu mantenho alguém com uma altura muito elevada para se manter no STF’”, afirmou o cientista político.

A reportagem também conversou com o cientista político André Cesar, que reforçou que a gestão de Lewandowski será diferenciada pelo perfil dos dois.

“Dino é mais aguerrido. Ele joga de maneira mais incisiva no mundo político e no entorno da justiça também, inclusive na questão da segurança pública. O Lewandowski não, ele é uma pessoa mais ligada às questões do Judiciário, onde ele transita como poucos. E essa experiência que ele tem via Supremo, como professor da Universidade de São Paulo (USP), etc, torna ele uma figura mais maleável”, destacou Cesar.

O cientista político ainda destacou que vale ficar de olho em como Lewandowski vai atuar na Segurança Pública. “O Lewandowski não é afinado com a questão da segurança pública. Então, quem vai assumir a condução da Senasp [Secretaria Nacional de Segurança Pública] vai ser muito importante para mostrar os destinos da gestão dele à frente da pasta”, pontuou.

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