Neste ano estão previstas diversas eleições ao redor do globo. Em 5 de novembro acontece o primeiro turno das eleições presidenciais nos Estados Unidos. Um mês antes, em 6 de outubro, começam as eleições municipais no Brasil.
Na noite desta segunda-feira (15), foi divulgado o resultado das primeiras prévias para a disputa da Casa Branca, conhecida como “caucus”, no estado de Iowa. O ex-presidente Donald Trump teve 51% de intenção de votos, sendo o principal candidato republicano na disputa do cargo. O percentual de Trump é o maior já obtido em uma disputa desde George W. Bush, que teve 41% em 2000.
O ex-presidente americano é uma figura polêmica. Nesta terça-feira (16), após receber a notícia de suas altas chances de ser reeleito, o republicano compareceu a um tribunal de Nova York para mais um julgamento pelo processo aberto pela escritora E. Jean Carroll, que o acusa de violência sexual nos anos 1990. Trump também enfrenta outros três processos criminais e cinco processos judiciais, a maioria já com as datas dos julgamentos marcadas. A proposta é que os vereditos dos julgamentos aconteçam antes do primeiro turno das eleições. No entanto, mesmo que Trump seja condenado em alguns dos processos, a Constituição do país não o impede de concorrer à presidência.
“Trump é um nome forte que vai pegar um Biden fraco, na minha avaliação. Mas é preciso avaliar os estados que estão barrando ele e como a Suprema Corte [dos EUA] está trabalhando a definição ou não da candidatura dele. Mas ele como republicano é o nome mais forte”, avaliou o cientista político André César em entrevista ao Correio da Manhã.
Eleições
As eleições americanas costumam se refletir no mundo todo e no Brasil a situação não é diferente. Para André César, as eleições norte americanas influenciam o mundo inteiro, o que inclui os municípios brasileiros. Mas ele considera que um eventual cenário eleitoral com maioria de candidatos eleitos de direita e centro-direita não deve ser uma pedra no sapato no governo federal.
“É preciso prestar atenção nos candidatos eleitos no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Salvador, ali se federalizam as eleições”, destacou.
Porém, em contrapartida, o cientista político Kleber Carrilho afirmou à reportagem que ainda é precipitado comentar se as eleições norte americanas influenciarão o Brasil. “Claro que sempre vai ter uma ou outra conversa a respeito do tema, mas eu acho que essa influência só vai acontecer de verdade se houver uma reeleição de Donald Trump. Na minha percepção, não vai haver influência sobre o eleitorado brasileiro, a não ser os mesmos que já estão à direita e continuarão estando à direita”, ele disse à reportagem.
PL
Para as eleições municipais deste ano, o Partido Liberal busca eleger 1.500 prefeitos. No ano passado, o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro tinha 371 prefeituras. No entanto, ruídos internos entre Jair Bolsonaro e o presidente da sigla, Valdemar da Costa Neto, podem geram incertezas quanto ao desempenho do partido nas eleições.
Na última semana, circulou nas redes sociais um vídeo de uma entrevista Valdemar Costa Neto ao O Diário, de Mogi das Cruzes, cidade natal do presidente do PL, elogiando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na entrevista, Valdemar diz que o presidente petista tem “prestígio e popularidade”. No entanto, segundo ele, o vídeo foi editado e cortou trechos em que o presidente do PL também elogia Bolsonaro. Após a divulgação, Bolsonaro enviou um áudio para o presidente da sigla criticando-o. Valdemar Costa Neto pediu desculpas e ambos se resolveram.
Apesar do conflito ter se resolvido, a situação evidenciou um problema no partido, que vem se dividindo entre uma ala que acompanha Bolsonaro e outra alinhada ao Centrão, que tende a ter decisões mais pragmáticas, dentro da realidade de cada município.