A aprovação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu de 46% para 49%, com relação á rodada anterior, realizada em dezembro do ano anterior. Os números são da pesquisa PoderData, que ouviu brasileiros entre os dias 27 e 29 de janeiro. Apesar de subir três pontos percentuais, a percepção sobre o governo apresentou poucas mudanças.
A desaprovação à gestão de Lula oscilou 2 pontos percentuais para baixo, de 44% para 42%. A pesquisa do PoderData ouviu entrevistados de 229 municípios do Brasil por telefone que ouviu pessoas com 16 anos de idade ou mais das 27 unidades da Federação.
Polarização
Segundo a pesquisa, apesar da melhora na avaliação positiva, o presidente Lula ainda não conseguiu alcançar o número que o elegeu à presidência em 2022, de 51% de preferência, o que demonstra a dificuldade de ampliar seu eleitorado.
Apesar disso, 51% dos entrevistados consideram a gestão petista “melhor” que a anterior do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Esse é o maior percentual alcançado por Lula. Em abril de 2023, 46% dos brasileiros entrevistados pela pesquisa achavam o governo do petista superior ao de Bolsonaro. Em dezembro do mesmo ano, ele chegou a 49%.
Ainda conforme a pesquisa, no último mês do ano passado, 35% consideravam o trabalho de Lula ruim/péssimo e 32% bom/ótimo. Os percentuais apresentados na pesquisa empatam na margem de erro de 2 pontos, e segundo o analista político Nauê Bernardo, os números demonstram um cenário de Brasil ainda polarizado.
Para alcançar um novo eleitorado e até mesmo melhorar a percepção do trabalho do governo, o Executivo “terá que ampliar seu leque na economia”, explica Nauê. “O desafio do governo será demonstrar melhorias efetivas para a população. Essas melhorias se refletem de várias formas, a principal é o poder de compra e a sensação de confiança no crescimento econômico do país”, disse.
Economia
Ainda segundo o analista, o governo terá um “grande desafio” pela frente ao considerar o cenário econômico internacional e as próprias dificuldades experimentadas pela equipe econômica ao tentar passar matérias importantes no Congresso Nacional.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem ‘esquentado’ a cabeça dos parlamentares e até mesmo do governo, mesmo no recesso de final de ano. Desde o início de 2024, o governo tenta uma saída para a Medida Provisória (MP) que reonera a folha de pagamento dos 17 setores da economia — estratégia para aumentar a arrecadação e assim manter a promessa de zerar o déficit fiscal de 2024.
Além da MP, criticada por parlamentares, o governo se envolveu em outras tensões com os congressistas. Uma com a bancada evangélica — após a decisão da Receita Federal de anular a norma que dava isenção fiscal a líderes religiosos. E outra com o Congresso em geral, após o presidente Lula vetar R$ 5,6 bilhões das emendas de comissão dos parlamentares.
Para o analista, um das grandes dificuldades do governo será achar um ponto de equilíbrio que envolva “a sanha do Congresso sobre o orçamento, a necessidade de investimentos públicos por parte do Executivo e a necessidade de apertar os cintos na política fiscal”, explica.