Bolsonaro convoca nova manifestação, agora no Rio
Ex-presidente quer mostrar força política para se contrapor às investigações
Depois do ato que houve no dia 25 de fevereiro, na Avenida Paulista, em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro agora convoca nova manifestação dos seus aliados e apoiadores. Desta vez, para o dia 21 de abril, no Rio de Janeiro, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, às 10h.
Depois da polêmica envolvendo as imagens que mostravam Bolsonaro na Embaixada da Hungria, durante o carnaval, logo depois da Operação Tempus Veritatis, na qual seu passaporte foi retido, o ex-presidente quer dar nova demonstração de força popular, como resposta política às investigações que avançam contra ele. Ainda que os números divirjam, foi indiscutível que Bolsonaro arregimentou milhares de pessoas no dia 25 de fevereiro em São Paulo, demonstrando a sua força política.
Publicadas pelo jornal The New York Times, dos Estados Unidos, as imagens na embaixada pareciam demonstrar que Bolsonaro, após a retenção do passaporte, temia a possibilidade de prisão e foi buscar refúgio na representação húngara. Bolsonaro nega. Disse que se hospedou na embaixada para tratar de temas de interesse dos dois países.
Malafaia
Como aconteceu na Avenida Paulista, a nova manifestação deverá novamente ser financiada por Silas Malafaia. Bolsonaro gravou o vídeo convocando para o ato em Maceió, capital de Alagoas, onde ele esteve na sexta-feira (5) para uma motociata e para receber o título de cidadão honorário na Câmara de Vereadores.
No vídeo, Bolsonaro mostra-se disposto a fazer do ato uma grande manifestação de defesa e de desagravo às investigações. Ele classifica as investigações contra ele, no vídeo, como a “maior fake news da história”.
No vídeo, ele não desce a maiores detalhes, mas diz que a “maior fake news” seria a “história da minuta de golpe”. O desdobramento das investigações a respeito da a minuta é que gerou em fevereiro a Operação Tempus Veritatis (em latim, “Tempo da Verdade”).
A chamada “minuta de golpe” é a minuta de um decreto de Estado de Defesa para justificar uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para questionar o resultado das eleições de 2022. As eleições, que tiveram a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, seriam anuladas. Uma comissão eleitoral seria criada para substituir o TSE e preparar novas eleições.
Também foi encontrado outro texto, uma espécie de discurso, que menciona a decretação de Estado de Sítio. As supostas intenções do texto foram relatadas pelo ex-ajudante de Ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, nos depoimentos que fez em acordo de colaboração premiada. Os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica, respectivamente Marco Antonio Freire Gomes e Carlos de Almeida Baptista Jr., confirmaram que Bolsonaro os teria sondado sobre a possibilidade de apoio militar às decretações contidas nos dois textos.