Por: Ana Paula Marques

PF conclui pela segunda vez que Adélio agiu sozinho

PF reitera que Adélio teria agido sozinho | Foto: Guilherme Leal/Folhapress

Mais uma vez a Polícia Federal (PF) concluiu que o atentado contra o então candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PL), durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG), em 2018, foi realizado somente por Adélio Bispo. Segundo novo levantamento da PF, são mais de uma dezena de provas de que não há outros envolvidos no crime.

O novo relatório partiu da retomada das investigações para tentar identificar a eventual participação de outras pessoas. A apresentação do relatório final atende a solicitações feitas pelo Ministério Público Federal. Agora, caberá à Justiça uma decisão pelo arquivamento ou pela continuidade das investigações.

Ainda durante as investigações, a PF informou que, cumpriu novos mandados de busca e apreensão para análise de equipamentos eletrônicos e documentos. As investigações já tinham concluído durante o inquérito instaurado em setembro de 2018,que Adélio agiu por iniciativa própria, sem mandantes, pela segunda vez, as investigações tiveram a mesma conclusão.

"Após retomada de investigações para identificar possíveis envolvidos no atentado contra o então candidato à Presidência da República Jair Messias Bolsonaro em 2018, a Polícia Federal concluiu que houve apenas um responsável pelo ataque, já condenado e preso." descreve nota da PF em seu site.

Ligação com facção

No mesmo dia em que a polícia reiterou a responsabilidade somente de Adélio no crime, a PF, porém, cumpriu novos mandados de busca e apreensão contra um dos advogados do autor da facada no ex-presidente Bolsonaro. Apesar de não estar relacionado com o caso, o advogado é suspeito de ligação com a facção criminosa PCC, Primeiro Comando da Capital.

As investigações concluíram que o advogado tem atuação junto ao crime organizado. Além disso, também foi determinado o bloqueio de R$ 200 milhões de sua conta, segundo divulgado pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues. A relação entre o advogado e a facção criminosa já era investigada pela PF desde 2021. Em março do ano passado, uma operação foi realizada mirando o advogado e traficantes em Minas Gerais.

Atentado

Enquanto cumpria agenda de campanha em 2018, Jair Bolsonaro foi golpeado com uma faca. Adélio foi preso em flagrante e confessou o crime sem envolver nenhum outro nome. Porém, o ato de Adélio gerou uma série de teorias, que iam desde ligações do criminoso com políticos adversários a teses de que o crime foi feito a pedido.

Porém, para vários parlamentares aliados a Bolsonaro, são muitas as coincidências para que ele tenha agido sozinho. O senador Magno Malta (PL-ES), defendeu, ao Correio da Manhã, que as atividades econômicas de Adélio não condiziam com a vida que ele levava.

“O Brasil todo sabe das atividades do cartão de crédito que Adélio tinha e onde ele frequentava que tinha custo superior à pessoa que ele era. Ele virou uma peça importante. E agora ao se descobrir uma ligação de um advogado dele com o PCC, é claro que Adélio não é lobo solitário. Esse relatório, infelizmente com todo o respeito à Polícia Federal, deixa perplexo qualquer cidadão brasileiro. Esse relatório não traduz a verdade”, disse.

Foi o que também concluiu a líder da minoria na Câmara dos Deputados, Bia Kicis (PL- DF), ao Correio da Manhã. “Uma pessoa que não tinha onde cair morto foi ajudado por vários advogados, inclusive advogados que chegaram de helicóptero até ele. Era uma pessoa que não tinha condições de ter os objetos que ele tinha. Então, não dá para convencer ninguém dessa história. Pelo menos, não dá para convencer a quem tenha sede de verdade e de justiça”, declarou.

Joias

Ainda no mesmo dia, a PF identificou que uma nova joia foi negociada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos Estados Unidos. A descoberta foi feita durante diligências dos investigadores no país junto com o FBI, em abril de 2024. De acordo com as investigações, auxiliares de Bolsonaro venderam ou tentaram comercializar ao menos quatro itens, sendo dois entregues pela Arábia Saudita e dois pelo Bahrein.