Por: Da Redação

Professores começam a abandonar greve, contrariando sindicato

Na UnB, professores começam a voltar às aulas | Foto: Agência Brasília

Professores de universidades federais têm decidido abandonar a greve, contrariando o Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior (Andes). O sindicato deseja a continuidade do movimento até o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva oferecer reajuste ainda para 2024. A paralisação dura mais de dois meses.

Até a noite de quinta-feira (20), docentes de instituições como a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal do Paraná UFPR), a do Rio Grande do Norte (UFRN) e a do Maranhão (UFMA) decidiram retornar ás salas de aula.

Aproximaçao

Essa debandada ocorre após tentativas de Lula de se aproximar da categoria. Nas últimas semanas, o presidente realizou um encontro com reitores, escutou suas demandas e prometeu agir. Depois, o governo anunciou um pacote de investimentos nas universidades e fez, por meio dos Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, nova proposta para o encerramento da greve.

O governo ofereceu, por exemplo, a revogação da portaria 983, que amplia a carga horária dos docentes. Também foi prometido a criação de um grupo permanente de trabalho para discutir a reestruturação da carreira acadêmica.

Porém, não foi apresentada proposta de reajuste salarial ainda em 2024. Por isso, o Andes resolveu recusar os termos, seguindo a paralisação.

Clima

Nas universidades, porém, o clima era outro. Segundo membros do PT, Lula pediu para alguns correligionários mais próximos conversarem com servidores e enfatizarem todos os benefícios oferecidos pelo governo. Além de fazer promessas por melhorias futuras, driblando as lideranças sindicais. Surtiu efeito, e os professores de algumas universidades decidiram encerrar a greve.

A greve de professores começou em 15 de abril. O Andes reivindica aumento de 3,69% em agosto deste ano, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em maio. O governo oferece 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.

Em 22 de maio, o governo assinou um acordo com a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (Proifes), uma das entidades que representam os professores federais, visando encerrar a greve. Mas, na quarta-feira |(19), a Justiça Federal anulou o acordo, após ação movida pela Associaçao dos Docentes da Universidade Federal de Sergipe. (Bruno Lucca/Folhapress)