Por: Gabriela Gallo

Diap elenca parlamentares mais influentes

PT de Gleisi Hoffmann é o partido com mais "cabeças" | Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Após seis de meses de trabalhos no Congresso Nacional em 2024, o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) divulgou a última edição de sua lista com os 100 “Cabeças do Congresso”. A lista foi divulgada na sexta-feira (28), e revela os parlamentares que se destacaram em relação aos demais, devido a algumas das qualidades e habilidades. O Diap é o responsável pela assessoria parlamentar para os comandos sindicais. Dos 100 congressistas escolhidos, 69 são deputados federais e 31 são senadores. Na lista, há representantes tanto da oposição como da base governista e, do total, 24% são parlamentares “novos”, que não tinham sido contemplados na lista anterior, sendo 17 deputados e sete senadores.

Alguns exemplos de parlamentares recém-chegados na lista são as deputadas Adriana Ventura (Novo-SP) e Erika Hilton (Psol-SP) e deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). No Senado, alguns nomes novos são Jorge Cajuru (PSB-GO) e Wellington Fagundes (PL-MT). Dentre os nomes selecionados da atual legislatura, o senador Paulo Paim (PT-RS) é o único parlamentar que foi selecionado em todas as 31 edições da publicação, que começou em 1994, como deputado federal e como senador.

“Entre os atributos que caracterizam protagonismo no processo legislativo, destacamos a capacidade de conduzir debates, negociações, votações, articulações e formulações, seja pelo saber, senso de oportunidade, eficiência na leitura da realidade, que é dinâmica, e, principalmente, facilidade para conceber ideias, constituir posições, elaborar propostas e projetá-las para o centro do debate, liderando a repercussão e tomada de decisão. Enfim, é o parlamentar que, isoladamente, ou em conjunto com outras forças, é capaz de criar papel e contexto para desempenhá-lo”, explicou o relatório da Diap.

PT e PL

O PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, libera a lista com 21 parlamentares representados. Em seguida está o Partido Liberal (PL), a maior bancada partidária do Congresso Nacional, com 12 representantes. Em terceiro lugar está o PSD, sigla do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), com 11 representantes. Em quarto lugar, está o partido do presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (AL), o PP, com oito representantes entre os “cabeças” do Congresso Nacional.

Dos 100 parlamentares selecionados, 40 foram enquadrados como articuladores ou organizadores, que são aqueles que têm facilidade de interpretar o pensamento ou entendimento dos demais, os credenciando a ordenar e criar as condições necessárias para o consenso em um debate para aprovar um projeto de lei, por exemplo. Com isso, esse grupo não apresenta dificuldade em transitar em diversas correntes políticas, possibilitando-os de articular e ponderar questões polêmicas, chegando a um consenso. Às vezes, deputados ou senadores desse tipo de grupo tendem a não chamar a atenção para mídia, trabalhando “nos bastidores”.

Já o segundo grupo com mais representantes são os debatedores, com 25 representantes. Esse grupo é de parlamentares ativos, geralmente extrovertidos, que aparecem para discutirem no plenário ou nas comissões das duas Casas. São os deputados e senadores atentos aos fatos e acontecimentos recentes que buscam oportunidade para repercutir os fatos políticos gerados dentro ou fora do Congresso.

Em seguida vêm os formuladores, 24 representantes, que são aqueles de elaboram os textos com propostas para deliberação, sejam relatores ou autores de projetos. Apesar deles não chamarem tanta atenção quanto os debatores, esses parlamentares costumam ser mais produtivos, já que a agenda da Câmara e do Senado é formulada com base nos textos e documentos elaborados por eles.

Já os negociadores estão em quarto lugar, com dez parlamentares. A categoria é parecida com a dos articuladores, porém, os negociadores tendem a ser os líderes ou vice-líderes partidários (como a líder da minoria na Câmara, a deputada Bia Kicis, do PL do Distrito Federal), que se sentam para tomar decisões à mesa na reunião de líderes da Casa, “investidos de autoridade para firmar compromissos”. A posição deles de líderes oferece maior liberdade para poder transitar e participar dos debates sobre a prioridade dos projetos “na frente” dos demais congressistas.

Finalmente, a Diap considerou apenas o senador Renan Calheiros (MDB-AL) como um formador de opinião. De acordo com o departamento, os parlamentares formadores de opinião são aqueles “que são chamados a arbitrar conflitos ou conduzir negociações políticas de grande relevância, [...]com trânsito fácil entre as diversas correntes e segmentos representados no Congresso e visão abrangente dos problemas do País, cuja opinião sobre o assunto influencia fortemente a decisão dos demais parlamentares”.