Por: Da Redação

Datena mantém mistério sobre ser ou não candidato

Datena pode desistir "se encherem o saco" | Foto: Governo de São Paulo

O apresentador e pré-candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSDB, José Luiz Datena, dirigiu ataques ao atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), seu adversário na disputa, e ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que apoia a reeleição do prefeito, durante sua participação na terça-feira (16) no ciclo de entrevistas que o jornal Folha de S. Paulo e o site UOL promovem com os nomes que estão na corrida pelo comando do município.

Datena, que já desistiu na última hora de concorrer em quatro eleições, deixou novamente margem para dúvidas. Ele declarou que agora irá até o fim. Mas fez ressalvas: desde que não seja “sacaneado” por ninguém no meio político nem “encham o saco” dele. Datena está em seu 11o partido e falou que recuou nas outras vezes porque descumpriram acordos com ele.

“Até que eu faça parte do meio político, eu vou continuar na expectativa de ser ou não ser, eis a questão. Se alguém me sacanear de hoje até o dia da eleição, [a candidatura] vai ficar no meio do caminho também”.

“Eu sou o político mais vitorioso da história. Eu nunca perdi uma eleição”, ironizou o apresentador, que está de férias de seu programa diário. “A população confia na minha palavra. Questão política é outra coisa. Eu que não confio em político, não confio na palavra de político”, continuou.

“Eu posso morrer amanhã. Agora, a minha intenção desta vez é ir até o fim. Desde que ninguém me encha o saco”, disse ele, que retrucou insinuações de que usa as candidaturas para promover e valorizar seu contrato com sua emissora, a Band. “Quem me usa são os políticos, não é o contrário”.

Nunes

Datena disparou críticas a Ricardo Nunes, a quem se referiu como “esse cara”, alguém que, segundo ele, “não entende nada de política” e nem sabe o que é ideologicamente.

Disse que “a prefeitura de São Paulo caiu no colo do prefeito”, que era vice de Bruno Covas (PSDB), que faleceu em 2021, depois de ser reeleito. Segundo Datena, o prefeito “fez obras eleitoreiras” quando o pleito se aproximou e repudiou a instalação de grades na Cracolândia, “como nos campos de concentração”.

“Exagerado”

Datena disse que não daria a Bolsonaro o rótulo de representante da extrema direita, mas de “direita exagerada”. Ele negou ter apoiado a reeleição do ex-presidente, mas disse que também não declarou apoio ao atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar disso, afirmou que “é óbvio” que o petista é um presidente melhor que o rival.

“O melhor governo foi o Lula. Não é à toa que ele foi eleito três vezes”, afirmou. Ele disse que, em 2022, quando foi ao Palácio da Alvorada e ficou ao lado do então presidente em uma entrevista, discordou de várias “bobagens” que Bolsonaro disparou, mas permaneceu no lugar por questão de respeito.

Golpe

Datena também se contrapôs a Nunes, que disse não considerar os ataques de 8 de janeiro de 2023 uma tentativa de golpe de Estado. Para o apresentador, tratou-se de uma tentativa “clara, absurda e desproporcional”. Para ele, “é um absurdo quem nega isso”. E completou: “Quem nega essa tentativa de golpe quer negar a história brasileira”.

Datena ainda criticou o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que disputa nova eleição este ano. “Ele não é esse exemplo de democracia”, afirmou, referindo-se ao fato de Trump ter insuflado a invasão do Capitólio após a sua derrota. (com Folhapress)