O PT determinou a retirada da candidatura própria à Prefeitura de Maceió e definiu na segunda-feira (29) o apoio ao deputado federal Rafael Brito, do MDB, candidato apoiado pelo governador Paulo Dantas, pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) e pelo ministro dos Transportes, Renan Filho.
A decisão, tomada pelo diretório nacional do PT por 16 votos a favor e dois contrários, anula a escolha do diretório municipal do partido, que havia escolhido o advogado e ex-vereador Ricardo Barbosa para a disputa. A candidatura já havia sido oficializada em convenção e teria Eliana Silva (Psol) como vice.
Composição
No diretório nacional, contudo, houve um entendimento de que a candidatura de Barbosa não era competitiva e que a melhor estratégia seria uma composição com o MDB, partido da base aliada do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Vamos acatar a decisão da direção nacional, mesmo entendendo que o melhor para Maceió seria uma candidatura própria”, afirma o presidente do diretório municipal do PT, Marcelo Nascimento. Ele destaca que a decisão passa pela estratégia nacional do partido de fortalecer as alianças com partidos da base de sustentação do governo Lula. Ainda assim, afirma, a decisão contraria o desejo da militância, que via a candidatura própria como fundamental para o crescimento do partido em Maceió.
Vice
A executiva municipal do PT se reúne nesta terça-feira (30) para reavaliar a estratégia e decidir se vai pleitear o posto de vice na chapa liderada por Rafael Brito. Uma parte do PT defende que o partido se concentre em ampliar a bancada na Câmara Municipal de Maceió, onde tem dois vereadores.
A eleição em Maceió tem o prefeito Joâo Henrique Caldas (PL), conhecido como JHC, como favorito para renovar o mandato, com o apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). Com popularidade alta, JHC é apontado como potencial candidato a governador em 2026. Rafael Brito se posiciona como principal desafiante do prefeito, agora com o apoio do PT, do governador e da família Calheiros, buscando uma polarização que se consolidou na eleição estadual de 2022 e deve se repetir em 2026.
Ainda disputam a eleição local o ex-deputado estadual Lobão (Solidariedade) e a jornalista Lenilda Luna (UP). Com a decisão do PT de sair da disputa, o Psol também pode ter candidatura própria na capital alagoana.
Marçal
Em São Paulo, o pré-candidato Pablo Marçal (PRTB) diz manter a esperança em aliança com o União Brasil, negou racha no seu partido e ainda criticou a confusão envolvendo o PSDB e seu adversário, o apresentador de TV José Luiz Datena.
As declarações foram dadas em entrevista na segunda-feira (29) antes de evento no Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp). O sindicato irá entrevista pré-candidatos à prefeitura de São Paulo.
O PRTB está dividido em alas que brigam pelo comando e aliados do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tentam explorar a situação para tirar Marçal da corrida eleitoral. O ex-coach negou o racha e afirmou que “o que tem é gente de fora dando pitaco”.
Na resposta, citou como paralelo a situação de Datena, que sofre oposição de aliados de Nunes dentro do PSDB. No último sábado (27), a convenção tucana foi marcada por tumulto.
“Agora, coitado do Datena. O Datena foi lá no lançamento da candidatura dele, e aí mandaram pessoas para ficar lá vaiando. Mas quem é que é esse povo? Ninguém viu, não é do PSDB, é uma aglutinação de gente que quer colocar só para atrapalhar o processo da pessoa”, disse.
Marçal ainda afirmou acreditar em uma aliança com o União Brasil, partido que, por ora, definiu o apoio a Nunes. A convenção do partido delegou à executiva municipal, comandada pelo vereador Milton Leite, a decisão sobre o rumo na capital.
“Eles tiveram a convenção e não resolveram a questão, porque realmente dá para fechar com a gente. Vocês vão ficar sabendo até domingo, dia 4, na convenção do nosso partido”, disse. “Estão avaliando a possibilidade, e agora está do lado deles. Espero que dê certo”.
Marçal afirmou que a definição do nome para o vice de sua chapa deve ficar para o domingo (4|). “Tem já umas quatro pessoas que podem ser vice da nossa chapa. E tem que esperar”, disse. “Sei que a gente está trabalhando e crescendo sem a ajuda desses grandes partidos, e eu espero que se resolva antes do dia 4. Mas, pelo jeito, vai ficar para o dia 4 mesmo, na última hora”. (João Pedro Pitombo e Artur Rodrigues/Folhapress)