Por: Karoline Cavalcante

Lula indica Gabriel Galípolo para presidir o Banco Central

Se aprovado, o economista presidirá o Banco Central por quatro anos | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), indicou nesta quarta-feira (28), o economista Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária, para comandar o Banco Central (BC). O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Palácio do Planalto.

"O presidente da República me incumbiu de fazer um comunicado aqui, de que hoje ele está encaminhando ao Senado Federal, ao presidente Pacheco e ao senador Vanderlan, presidente da CAE, o indicado dele para a presidência do Banco Central, que vem a ser o Gabriel Galípolo", afirmou Haddad, citando os nomes, respectivamente, do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), Vanderlan Cardoso (PSD-GO).

Na ocasião, o ministro adiantou que serão iniciadas as discussões para chegar aos três nomes que vão passar a compor as demais diretorias da autoridade monetária. “A partir de agora vamos começar a trabalhar os três nomes que vão compor a diretoria até o final do ano”, informou.

Atualmente, essas posições são ocupadas pelo diretor de Regulação, Otavio Damaso; pela diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, Carolina de Assis Barros; e, por fim, pelo diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo. Galípolo abre a vaga porque vai assumir a presidência. Os dois outros porque seus mandatos acabam.

Campos Neto

Galípolo irá chefiar o BC por um período de quatro anos a partir de 2025, substituindo Roberto Campos Neto, cujo mandato se encerra no dia 31 de dezembro deste ano. Para assumir o cargo, ainda precisará receber a aprovação do Senado Federal em sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e, posteriormente, no plenário da Casa para aprovar a indicação. A data ainda será definida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O atual presidente do BC assumiu o cargo em fevereiro de 2019, indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL). Em nota, Campos Neto parabenizou Galípolo pela indicação de Lula e afirmou que a “transição dos mandatos será feita da maneira mais suave possível”.

“O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, parabeniza o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, pela indicação do presidente Lula ao Senado.
Após a sabatina e a aprovação pelos Senadores, a transição dos mandatos será feita da maneira mais suave possível, preservando a missão da instituição.
Campos Neto tem trabalhado de forma harmônica e construtiva com o diretor Galípolo desde a sua chegada ao Banco Central. Campos Neto deseja a Galípolo muito sucesso nessa nova fase da sua vida profissional”, disse.

Ao lado de Haddad, o indicado agradeceu a oportunidade e se recusou a responder a perguntas “por respeito” ao processo legislativo.

“A indicação ainda depende da aprovação do Senado, então, por respeito, vou ser breve, mas dizer que é na mesma magnitude uma honra, um prazer e uma responsabilidade imensa ser indicado à Presidência do Banco Central do Brasil. É uma honra enorme, uma grande responsabilidade e eu estou muito contente”, disse Galípolo.

Conheça Galípolo

O escolhido de Lula para presidir a autarquia tem 42 anos. É formado em Ciências Econômicas e é mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), instituição onde também foi professor nos cursos de graduação de 2006 a 2012 em disciplinas de economia e política. Além de também ter lecionado na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).

Sua trajetória política teve início em 2007, no governo de José Serra (PSDB), quando assumiu a Assessoria Econômica da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos. Em 2008, foi para a Diretoria de Estruturação de Projetos na Secretaria estadual de Economia e Planejamento. De 2017 a 2021, tornou-se CEO do Banco Fator, instituição reconhecida pelo trabalho no mercado de parcerias público-privadas e projetos de concessões. Em 2022 foi conselheiro da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e recebeu o título de pesquisador sênior do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri). Em 2023, assumiu a Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda, e, no mesmo ano, migrou para o cargo atual, como Diretor de Política Monetária do Banco Central.