PL escolhe chapa "puro-sangue" para Ramagem
Ìndia Armelau será a vice após veto da Universal a Tia Ju, do Republicanos
O PL escolheu a deputada estadual Índia Armelau (PL) como a vice na chapa do deputado federal Alexandre Ramagem (PL) na candidatura à Prefeitura de Rio de Janeiro.
A escolheu ocorreu após a Igreja Universal vetar a adesão da deputada Tia Ju (Republicanos) à chapa, nome preferido e tido como quase certo por integrantes do PL do Rio.
Ex-atleta, a deputada está em seu primeiro mandato. Apesar do apelido --seu primeiro nome é Amanda-- e de sua descendência, ela não se autodenomina indígena. Seu perfil no site da Assembleia Legislativa afirma que ela usa "seu apelido com muito carinho desde a infância, por remeter à sua origem familiar e às suas características físicas".
"Uma mulher de energia e determinação. Cumpre os nosso valores de respeito à vida e à família", afirmou Ramagem em suas redes sociais.
A deputada sempre esteve entre as cotadas para assumir a vaga. Na semana passada, porém, foi preterida em relação a Tia Ju, uma mulher negra ligada à Universal.
Na avaliação da equipe de campanha de Ramagem, a deputada do Republicanos atrairia o eleitorado evangélico, além de reduzir resistência entre mulheres negras, fatia na qual nomes apoiados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) têm seus piores resultados.
A participação de Tia Ju na chapa, porém, foi vetada pela coordenação política da igreja. O movimento foi atribuído a um acordo de apoio ao prefeito Eduardo Paes (PSD), candidato à reeleição.
Apesar do revés, o Republicanos deve apoiar Ramagem, em acordo com o ex-deputado Eduardo Cunha, presidente do diretório municipal da sigla.
Com a escolha, as três principais candidaturas do Rio de Janeiro vão às urnas com chapas "puro-sangue". Paes escolheu o deputado estadual Eduardo Cavaliere (PSD) para o posto. O deputado federal Tarcísio Motta (PSOL) terá como vice a deputada estadual Renata Souza (PSOL).
Tabata
Em São Paulo, a candidata a prefeita Tabata Amaral também formou uma chapa “puro-sangue” do PSB escolhendo para sua vice a professora Lúcia França, depois de fracassada a tentativa de formar coligação com o PSDB, que era prioridade para a deputada federal. O PSDB decidiu lançar a candidatura de José Luiz Datena.
Lúcia, que em 2022 foi vice na chapa de Fernando Haddad (PT) ao governo do estado e é casada com o ex-governador e ministro do Empreendedorismo, Márcio França, afirma que o ineditismo de uma candidatura de duas mulheres na capital será um diferencial e minimiza o problema da ausência de alianças.
"É o momento de a gente poder consertar o que os homens têm feito com a cidade de São Paulo. Vejo vantagens em sermos do mesmo partido: a gente fala a mesma linguagem, pensa igual, então é mais fácil", afirma ela, citando a educação como a principal pauta que une ambas.
O nome da ex-primeira-dama do estado passou a ser especulado como alternativa para vice depois que Tabata articulou a migração de Datena do PSB para o PSDB, na intenção de que o apresentador fosse indicado a vice pelo partido, mas ele acabou sendo estimulado pelos tucanos a concorrer a prefeito. (Italo Nogueira e Joelmir Tavares/Folhapress)