Pablo Marçal ameaça líderes em São Paulo

Pesquisa Atlas aponta quedas de Boulos e Nunes e subida do coach de direita

Por Karoline Cavalcante

Ricardo Nunes pode ficar desidratado pela ascensão de Marçal

A nova pesquisa da AtlasIntel para a prefeitura de São Paulo, divulgada nesta quarta-feira (21), mostra que os dois dos principais candidatos, o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB), apresentaram uma queda em suas intenções de voto. Por outro lado, o empresário Pablo Marçal (PRTB) surge como uma figura em ascensão, isolando-se no terceiro lugar na disputa.

O resultado surge após os últimos debates, onde Marçal apresentou uma postura agressiva, atacando seus adversários. Em comparação com a rodada anterior, do dia 8 de agosto, Boulos caiu quatro pontos percentuais, passando de 33% das intenções de voto para 28,5%. Mesmo com a diminuição, no caso da Atlas, o candidato do Psol permanece isolado na liderança.

Nunes, que ocupa o segundo lugar, perdeu 3 pontos entre as pesquisas, saindo de 25% para 21,8%. A maior diferença foi de Marçal, que anteriormente estava com 11%, empatado em terceiro lugar com a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP). Pablo subiu cinco pontos percentuais, a mais ascensão registrada na pesquisa, pulando para 16,3%, enquanto Tabata teve um crescimento de 1%, ocupando o quarto lugar com 12%. No quinto lugar está o apresentador de TV José Luiz Datena (PSDB), que foi de 9% para 9,5%.

A candidata Marina Helena (Novo) recebeu 4,3% (antes tinha 3,5%); Altino Prazeres Jr. (PSTU) ficou com 0,3% (tinha 0%); Ricardo Senese (UP) desceu para 0,2% (estava com 0,7%); e o João Pimenta (PCO) que recebeu 0% nas duas rodadas. Segundo o levantamento, brancos e nulos eram 7% e na rodada atual são 7,1%.

O AtlasIntel entrevistou 1.803 eleitores da Cidade de São Paulo, com idade a partir de 16 anos, entre os dias 15 e 20 de agosto. A pesquisa apresenta uma margem de erro de 2 pontos percentuais e possui o índice de confiança de 95%. Além disso, está formalmente registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número de identificação SP-02504/2024. Esse registro assegura que o estudo cumpre todos os requisitos legais e metodológicos exigidos para pesquisas eleitorais, reforçando a validade e a transparência do processo

Segundo turno

A pesquisa realizou também seis simulações sobre os possíveis cenários para o segundo turno. Quando comparado diretamente, Ricardo Nunes lidera com 41% das intenções de voto, superando Guilherme Boulos, que recebe 37%. O candidato do Psol obtém 38% em uma disputa contra Marçal, que fica com 35%.

No confronto entre Boulos e Tabata Amaral, ele lidera com 30%, enquanto Amaral fica com 29%. E a maior vantagem para Boulos é contra José Luiz Datena, o deputado federal fica 35,6% e o jornalista, 27,5%. Em uma análise entre Nunes e Tabata, os números mostram um empate técnico, com ambos os candidatos marcando 39%. No confronto direto entre Nunes e Datena, Nunes obtém 40,8% das intenções de voto, contra 28,7% para o apresentador.

À direita

O analista político Érico Oyama observa que os resultados indicam que Pablo Marçal tirou votos tanto de Guilherme Boulos como de Ricardo Nunes. Mas seu crescimento parece vir especialmente dos grupos mais à direita, alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, embora Bolsonaro apoie a reeleição de Nunes.

“O resultado da pesquisa indica que Marçal tirou votos tanto de Guilherme Boulos como de Ricardo Nunes. No entanto, tendo em vista o perfil do eleitor, há maiores chances de Nunes seguir com trajetória de queda e de Boulos estar mais próximo de seu piso com relação aos impactos do fator Pablo Marçal. O influenciador tem um alinhamento mais à direita, campo no qual Ricardo Nunes possui a maior parte dos votos. Além disso, é preciso considerar que Marçal adotou posicionamento muito alinhado a Jair Bolsonaro e tem conseguido conquistar votos do ex-presidente. Isso mesmo com o apoio formal de Bolsonaro a Nunes”, iniciou Oyama.

“O início da propaganda eleitoral gratuita no dia 30 pode estancar a perda de votos de Nunes, uma vez que a população irá fazer uma maior associação entre sua candidatura e o apoio de Bolsonaro. Marçal não tem tempo de TV e foca sua campanha nas redes sociais, onde possui o maior número de seguidores e amplo conhecimento de como gerar engajamento”, explicou.