Manifestações do dia 7 de setembro focam no impeachment de Moraes

No dia 7 de setembro, enquanto o país oficialmente comemora 202 anos da sua independência, o palco das ruas brasileiras poderá novamente ser ocupado por uma onda de protestos. Desta vez, grupos de oposição planejam que a data, tradicionalmente marcada pela celebração da independência nacional, seja transformada em um dia de contestação política.

O ato principal está marcado para acontecer no próximo sábado (7), na Avenida Paulista, em São Paulo, às 14h, e está sendo organizado pelo pastor Silas Malafaia. Ele disse que estão previstos para acontecer discursos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), do senador Magno Malta (PL-ES), do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), da deputada federal Bia Kicis (PL-DF), do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-DF), da deputada federal Julia Zanatta (PL-SC), dentre outros.

Impeachment

No conjunto de reivindicações, destaca-se o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Bolsonaro, porém, alvo de ações judiciais que são relatadas no STF por Moraes, não pretende focar seu discurso nesse ponto. Centrará nos processos legais que enfrenta no Supremo.

“A nossa tônica principal, tirando aí Bolsonaro, é a questão do impeachment de Alexandre de Moraes. Essa é a tônica que nós vamos usar lá, é nessa que nós vamos falar. Bolsonaro não. Bolsonaro está em processo, ele falou que não vai não vai entrar nessa, mas os outros oradores vão entrar”, informou Malafaia ao Correio da Manhã.

Convocadas por meio de uma intensa campanha nas redes sociais, as manifestações ganham o respaldo de figuras de destaque e parlamentares alinhados à direita. O ex-presidente também está participando das divulgações, e convidou em publicação no Instagram todo o público para se juntar a ele. Bolsonaro focou o discurso na defesa da democracia e na “anistia para os presos políticos”.

“De nada vale falarmos ou comemorarmos a independência se nós não tivermos liberdade. Esse movimento, a exemplo do que aconteceu em fevereiro, também na Paulista, busca dar um recado para o Brasil e para o mundo sobre o que estamos sofrendo aqui. O que nós queremos? Queremos anistia para os presos políticos. No Brasil, hoje, temos órfãos de pais vivos, pessoas que morreram na prisão sem o direito de se defender, e precisamos lutar por isso. Essa é a intenção deste novo movimento. Faremos tantos protestos quanto forem necessários para sensibilizarmos mais pessoas no Brasil e fora dele sobre a real necessidade de tentarmos resgatar nossa democracia”, disse o ex-presidente.

Outras capitais

Ainda que o ato principal seja em São Paulo, já há movimentações em outras capitais para a realização de outras manifestações em alusão às mesmas exigências. Malafaia explicou que a organização pediu para que não sejam feitas em outras localidades para evitar a promoção política de candidatos às eleições municipais. “Os candidatos querem usar isso para fazer campanhas para si”, disse.

Os organizadores abriram espaço para que os candidatos à prefeitura de São Paulo que tiverem interesse, possam subir no carro de som, mas não farão uso da palavra.

“É um movimento suprapartidário e, como um candidato a prefeito da capital queria comparecer, nós autorizamos. Assim como qualquer outro candidato a prefeito da capital está autorizado a subir no carro de som também. Obviamente, não fará uso da palavra, porque não teremos ali um ato político, e sim um ato patriótico para o resgate da nossa democracia”, afirmou Bolsonaro, que também pediu para que os apoiadores não compareçam a eventos comemorativos ao Dia da Independência patrocinados pelo governo.

O Correio da Manhã entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) para mais informações sobre a pré-organização do ato e foi informado que: “o esquema de policiamento está sendo definido e demais detalhes serão passados próximos ao evento”.