Por: Karoline Cavalcante

Após acidente doméstico, Lula retoma a agenda

Lula reuniu-se com Padilha e Amorim após a queda que sofreu | Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), divulgou em suas redes sociais nesta segunda-feira (21), imagens de agenda cumprida no Palácio da Alvorada com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e com o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim. Na legenda, Lula disse ter tratado sobre a “agenda política nacional e internacional para os próximos dias”.

De acordo com Padilha, o presidente está “muito bem e ativo”. Ao sair da reunião, Padilha disse à imprensa que em nenhum momento Lula “teve qualquer tipo de perda de consciência ou desorientação” e que faz parte do protocolo médico o cancelamento da participação presencial na 16ª cúpula do Brics, que ocorre a partir de terça-feira (22) em Kazan, na Rússia. Na ocasião, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, o chanceler Mauro Vieira, foi designado para representar o país.

“O presidente, em nenhum momento, teve qualquer tipo de perda de consciência, desorientação. Ele mesmo que buscou socorro naquele momento e a equipe médica também fez todos os exames de acompanhamento” iniciou. “Quero passar uma mensagem de tranquilidade, de que foi cancelada a viagem por determinação médica para manter essa observação, para evitar uma viagem muito longa. São várias horas de viagem até onde é a reunião do Brics; ia trabalhar em fuso horário diferente”, acrescentou o ministro.

Segundo o chefe da pasta de Relações Institucionais, ainda não foi dada uma previsão de retorno presencial aos compromissos oficiais fora do Alvorada. Ele adiantou que o presidente segue em observação e que vai repetir o exame de ressonância magnética na terça-feira (22).

“A recomendação da equipe médica neste momento é que o presidente está liberado para fazer atividades, reuniões, como está fazendo. E outras autorizações a equipe médica vai fazendo de acordo com a evolução do caso”, explicou Padilha.

Acidente

No último sábado (19), Lula sofreu uma queda no banheiro do Palácio da Alvorada, bateu a cabeça e precisou levar cinco pontos. De acordo com o boletim médico, ele sofreu um “ferimento corto-contuso em região occipital”. Apesar de o acidente não ter sido considerado grave e ele ter recebido a autorização para voltar para casa, precisou cancelar as viagens longas de que participaria.

De acordo com o neurocirurgião, Victor Hugo Espíndola, um hematoma cerebral por contragolpe acontece quando o cérebro se desloca rapidamente e impacta estruturas ósseas, provocando sangramento. Ele afirmou que, na maioria dos casos, não é necessário realizar uma cirurgia, pois geralmente “o paciente evolui bem e sem sequelas”.

“Quando há uma queda como essa, o impacto na região occipital, que é a parte posterior da cabeça, pode causar uma lesão corto-contusa. No caso do presidente, esse corte precisou ser suturado, e a batida provocou um hematoma cerebral do tipo contragolpe, que ocorre quando a movimentação brusca do cérebro faz com que ele se choque contra a base do crânio”, explicou.

“Na base do crânio, existem espículas ósseas, e o movimento brusco do cérebro pode levar ao cisalhamento dessas estruturas, causando o sangramento. Esse tipo de quadro precisa ser monitorado para verificar se o hematoma evolui”, prosseguiu Espíndola.