Pesquisas apontam manutenção da vantagem de Nunes sobre Boulos

Nem todos os votos de Marçal, porém, foram para o prefeito

Por Karoline Cavalcante

Nunes tem de 12 a 13 pontos de vantagem sobre Boulos

Como primeiro efeito, o apagão que acomete vários bairros de São Paulo nos últimos dias não foi suficiente para reduzir a vantagem do prefeito Ricardo Nunes (MDB) sobre seu adversário, o deputado Guilherme Boulos. Levantamentos divulgados nesta quarta-feira (16) pelo Paraná Pesquisas e pelo Instituto Quaest apontam um quadro de estabilidade na disputa, com a vantagem de Nunes sobre Boulos variando de 13 pontos, no caso da Paraná, a 12 pontos, no caso da Quaest.


No Paraná Pesquisas; o atual prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), apresentou uma margem de 13,1 pontos percentuais à frente de Boulos.

Nunes recebeu 52,3% das intenções de voto, representando uma queda de 0,5% em relação à pesquisa da última quinta-feira (10), quando recebeu 52,8%. Enquanto Boulos teve 39,2%, um aumento de 0,2% em relação à pesquisa anterior, quando recebeu 39%. Este resultado é do cenário estimulado, quando é apresentado ao entrevistado o nome e número dos candidatos.

Brancos e nulos receberam 5,2%; e os que não quiseram responder, ou alegaram não saber, representaram 3,3% dos votos. No panorama geral dos brancos/indecisos, resultou em 8,5%, representando um crescimento de 0,3% quando comparado à anterior, que era 8,2%.

Na pesquisa espontânea, quando o entrevistado é questionado sobre em quem irá votar, mas sem receber os dados dos candidatos; Nunes surgiu com 36,0%, ou seja, 6 pontos percentuais de vantagem sobre Boulos, que apresentou 30,1%. Neste caso, os que não sabem e não responderam apresentaram 27,2%; e brancos e nulos, 6,2%.

O instituto ouviu pessoalmente 1.500 eleitores com 16 anos ou mais da cidade de São Paulo. A margem de erro é de 2,6 pontos percentuais para mais ou para menos, e o índice de confiança de 95%. As entrevistas foram realizadas de 12 a 15 de outubro e a pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número SP-06311/2024.

Quaest

Já a Quaest aponta Nunes na liderança com 45% das intenções de voto, 12 pontos percentuais de diferença de Boulos, que ficou com 33%. Outros 19% declaram a intenção de votar em branco ou nulo ou não pretendem votar no segundo turno, e 3% se dizem indecisos. Estes dados são do cenário estimulado. Na espontânea, o candidato do MDB recebeu 38%, contra os 28% do candidato do Psol.

O levantamento foi realizado entre 13 e 15 de outubro e entrevistou presencialmente 1.200 paulistanos acima de 16 anos. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo SP-05735/2024.

Impressionante

Em análise do cientista político, Isaac Jordão, Guilherme Boulos recebeu resultados impressionantes, considerando que no primeiro turno, os dois principais adversários do psolista foram da direita. O que mostrou que os votos depositados em Pablo Marçal (PRTB), que ficou em terceiro lugar na disputa, não migraram inteiramente para Nunes.

“Em qualquer cenário que você formasse, tanto Ricardo Nunes quanto Pablo Marçal estão no mesmo campo da direita. Então, era de se imaginar que iriam para Nunes. Me impressionou eles não terem se consolidado mais”, disse.

Porém, Jordão avalia que não será o suficiente para Boulos sair vitorioso, situação que só deve acontecer com a ocorrência de um “fato muito inesperado”, como uma possível responsabilização de Ricardo Nunes pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pelo apagão que a capital enfrenta desde sexta-feira (12).

“Acho que a eleição está pendendo para o lado do Ricardo Nunes. Para o Boulos virar tem que acontecer algum fato muito inesperado, como a Aneel colocar de fato a responsabilidade no colo do prefeito”, finalizou.