União Brasil abre delegação para apoiar Motta

Elmar Nascimento segue na disputa; no Senado, Eliziane anuncia pré-candidatura

Por Gabriela Gallo

Apesar de posição de partido, Elmar Nascimento segue candidato

Em meio às negociações para as eleições do Congresso Nacional, as movimentações na Câmara dos Deputados seguem aceleradas. O líder do Republicanos na Casa, deputado Hugo Motta (PB) continua sendo o favorito da disputa, com uma ampla vantagem de aliados em comparação a seus adversários. Após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), oficializar seu apoio ao candidato, o paraibano acumula o apoio dos partidos Republicanos, PP, PL, Podemos, PT e MDB. Além delas, nesta quinta-feira (31) as bancadas do PV e PCdoB decidiram acompanhar a posição do PT. Somando as bancadas que declararam apoio até agora, Motta acumula mais de 300 votos encaminhados.

Mas a reviravolta na disputa é que, também nesta quinta-feira, a direção nacional do União Brasil desistiu da candidatura de seu representante no cargo, Elmar Nascimento (BA). Temendo ficar de fora de importantes negociações caso Motta seja eleito presidente da Câmara, a executiva da sigla decidiu criar uma "delegação" para negociar o provável apoio ao candidato do Republicanos.

Com essa decisão, o União Brasil desfaz a aliança que formou com o PSD. Antes do Republicanos oficializar a candidatura de Hugo Motta, quando o candidato ganhou protagonismo entre os parlamentares, as bancadas do PSD e do União Brasil se uniram para tentar derrubar Motta. Inicialmente, estava previsto que os candidatos Antonio Brito (PSD-BA) e Elmar Nascimento se apoiassem mutuamente, cedendo o lugar para quem parecesse mais forte no mês da sucessão, em fevereiro de 2025.

Adversários
Porém, o próprio Elmar Nascimento negou desistir de sua candidatura. Questionado pela imprensa, o candidato confirmou que o União Brasil abrirá negociação com Hugo Motta, mas destacou que ele se mantém candidato até o fim das conversas, que serão conduzidas por ele, pelo presidente da sigla, Antonio Rueda, e o vice do partido, ACM Neto. O parlamentar também conversará com Antonio Britto; o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab; e o próprio Motta.

“Não tenho resistência em desistir nem continuar. Minha candidatura não é minha. Nunca tratei no pessoal. É nossa, é do meu partido e dos partidos que me apoiaram. Isso tem que ficar submetido a uma avaliação deles. [A decisão de criar uma delegação] significa um voto de confiança da bancada de ter mais uma reunião, de nós três, de tomar uma decisão em nome da bancada”, destacou o parlamentar.

O líder do PSD na Câmara, Antonio Brito (BA), também disse que segue na disputa pela presidência da Casa. Nesta segunda-feira (4), a bancada do PSD deve se reunir para definir a continuidade da candidatura de Antonio Britto.

Com a vantagem do candidato do Republicanos, Arthur Lira vem negociando com deputados do PSD para tentar convencer o partido a recuar da disputa e retirar a candidatura de Brito. Em troca, Lira tentaria ajudar Brito a assumir um ministério no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas não citou qual pasta. As informações são do O Globo.


Senado
Na outra ponta do Congresso Nacional, os senadores também seguem nas articulações internas sobre quem assumirá o lugar de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na principal cadeira da Mesa Diretora do Senado. Nesta quinta-feira (31), a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) disse que será candidata na disputa à presidência da Casa.

Na próxima terça-feira (5), às 14h, a bancada do PSD – que é a maior bancada do Senado, com 15 parlamentares – se reunirá para alinhar a sucessão de Pacheco. Isso porque, além de Eliziane, nos bastidores o atual líder do governo no Senado, senador Otto Alencar (PSD-BA), também manifesta interesse em se candidatar. Rodrigo Pacheco, por outro lado, sinaliza apoio ao candidato Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

Enquanto o PSD define sua estratégia para disputar a presidência do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) é o favorito para assumir o comando da Casa em 2025. O senador já acumula o apoio do União Brasil, PL, PP, PSB e PDT. As bancadas somam 35 senadores, mas como o voto é secreto e individual, o apoio não garante a adesão automática dos integrantes.