Por: Karoline Cavalcante

Donald Trump: ‘Uma era de ouro para os Estados Unidos’

Trump quebra escrita e depois de 20 anos um candidato Republicano vence a eleição no colégio eleitoral e no voto popular | Foto: Reuters/Folhapress

O representante do Partido Republicano, Donald Trump, venceu a 47ª eleição presidencial dos Estados Unidos na manhã desta quarta-feira (6), garantindo sua reeleição após quatro anos fora do poder. Embora a totalização dos votos ainda esteja em andamento, Trump alcançou os 270 delegados necessários para assegurar sua vitória sobre a adversária Kamala Harris, do Partido Democrata.

Às 7h34 desta quarta-feira (horário de Brasília), Trump já havia conquistado 277 delegados no Colégio Eleitoral, superando a marca mínima exigida. Até as 17h10, seu total de delegados havia subido para 292, com 71.960.302 votos (51% dos votos válidos), enquanto Kamala Harris somava 224 delegados e 67.134.702 votos (47,5%).

No total, o Colégio Eleitoral é composto por 538 delegados, distribuídos proporcionalmente à população de cada estado. A contagem ainda não foi concluída, com 37 delegados em disputa. Estados como Nevada, Arizona, Alasca e Maine ainda não tinham seus resultados definitivos. Nos outros 46 estados, o vencedor já foi definido, embora a apuração continue.

Discurso de vitória

Em seu discurso de vitória, Trump declarou que seu governo marcará o início de uma “era de ouro” para os Estados Unidos e destacou a magnitude de sua conquista, chamando-a de "o maior movimento político de todos os tempos". "Nunca houve nada assim neste país, e agora vamos levar isso a um novo nível. Vamos ajudar nosso país a se curar, temos um país que precisa de ajuda, e precisamos agir com urgência. Vamos consertar nossas fronteiras e transformar nossa nação", afirmou Trump.

Kamala reconhece

Kamala Harris, que se tornou a primeira mulher negra a disputar a presidência dos EUA, reconheceu sua derrota por meio de uma ligação telefônica a Donald Trump e anunciou sua disposição em colaborar para um processo de transição pacífica de poder. Ao contrário de 2020, quando Trump se recusou a colaborar com a transição do governo de Joe Biden.

Em um discurso de cerca de dez minutos, Harris reafirmou seu compromisso com a luta pela liberdade. "A luta pelo nosso país será difícil. Mas, como costumo dizer, gostamos de trabalho duro. E a luta pela nossa pátria sempre vale a pena", disse a democrata.

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Em discurso, Harris reafirmou seu compromisso com a luta pela liberdade | Foto: Reuters/Folhapress

Estados decisivos

A eleição de 2024 foi marcada pela intensa disputa nos chamados "estados-pêndulo", onde a preferência do eleitorado não é definida. São locais como Nevada, Arizona, Wisconsin, Michigan, Pensilvânia, Carolina do Norte e Geórgia, que têm grande peso no resultado final. Nesses estados, a população costuma ser mais indecisa e os candidatos investem mais em campanhas para conquistar eleitores. Lembrando que, diferente do Brasil, o voto não é obrigatório no país. 

Posse

O Colégio Eleitoral tem até o dia 17 de dezembro para concluir a apuração dos votos. O resultado será então formalmente enviado ao Congresso dos Estados Unidos, que fará a contagem oficial em 6 de janeiro de 2025. A posse de Donald Trump ocorrerá em 20 de janeiro, ao lado de seu vice-presidente, JD Vance.

Nos Estados Unidos, o vice-presidente também exerce a função de presidente do Senado, e Kamala Harris, que atualmente ocupa esse cargo, será responsável por declarar o vencedor após a contagem final.

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Donald Trump, do Republicano, venceu nos sete estados pêndulos | Foto: Brazil Photo Press/Folhapress

Repercussão internacional

A vitória de Trump gerou reações globais. Líderes de todo o mundo felicitaram o republicano, destacando o impacto da eleição para os Estados Unidos e para as relações internacionais.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, enviou uma mensagem de felicitações. "Meus parabéns ao presidente Donald Trump pela vitória eleitoral e retorno à presidência dos Estados Unidos. A democracia é a voz do povo e deve ser sempre respeitada. O mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade", afirmou Lula.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também parabenizou Trump, destacando a "impressionante vitória eleitoral" e manifestando interesse em desenvolver uma cooperação política e econômica mutuamente benéfica entre as duas nações.

O presidente francês, Emmanuel Macron, expressou disposição para trabalhar com Trump. "Como fizemos nos últimos quatro anos. Com as suas convicções e as minhas, com respeito e ambição, por mais paz e prosperidade", escreveu Macron em sua conta no X (antigo Twitter).

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também comemorou a vitória, afirmando que "a volta de Trump à Casa Branca oferece um novo começo para a América e um poderoso compromisso com a grande aliança entre Israel e os Estados Unidos."