CCJ do Senado deve votar regulamentação da tributária próxima semana

Pacheco reforçou que senadores farão um esforço concentrado para aprovar medida

Por Gabriela Gallo

Senado fará esforço concentrado para aprovar projeto

Em meio ao debate sobre o Orçamento para 2025, o Senado Federal segue às pressas para aprovar o primeiro projeto que regulamenta a reforma tributária (PLP 68/2025). Nesta quinta-feira (28), o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), reafirmou que a Casa está realizando um esforço concentrado para aprovar o projeto ainda neste ano, que é uma prioridade do Senado.

“Reforma tributária e pacote de gastos são prioridades que o Senado vai cuidar até o recesso [22 de dezembro]. Fiz um apelo aos líderes que pudéssemos fazer um esforço concentrado. Talvez se reserve a última semana útil antes do recesso para que o Senado possa apreciar tanto a PEC [Proposta de Emenda à Constituição] quanto o PLP [Projeto de Lei Complementar]”, reforçou Pacheco, se referindo às medidas referentes ao novo pacote fiscal, encaminhado pela equipe econômica do governo federal.

Pacheco ainda reiterou que relator do projeto, senador Eduardo Braga (MDB-AM), e o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, senador Davi Alcolumbre (União-AP), se comprometeram a votar o projeto de lei complementar nas próximas semanas na CCJ – que é o único colegiado que analisará o projeto antes dele ir ao Plenário.

A comissão terminou todas as audiências públicas para tratar da regulamentação da reforma tributária nesta quarta-feira (27). Diante disso, como dito por Pacheco, a previsão é a CCJ vote o relatório final do projeto já na próxima semana. Se ela for aprovada, seguir para votação no plenário e também ser aprovada, os parlamentares estarão cumprindo com a expectativa do presidente da Casa de aprovar o texto ainda na primeira semana de dezembro.

Em novembro, o presidente do Senado declarou à imprensa que “é natural pedido de vista na CCJ”, com duração de uma semana. Porém, agora ele afirmou que cumprir o prazo é “um grande desafio”.

Haddad

Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que a equipe econômica do governo federal buscou separar a reforma tributária das medidas do novo pacote fiscal – que será analisado pelo Congresso Nacional ao longo do próximo ano.

“Não queremos confundir o tema da reforma tributária com o tema de medidas que visam a reforçar o arcabouço fiscal. […] A reforma tributária do consumo entra em vigor em 1° de janeiro de 2026, começa a transição. E a reforma da renda também vai valer a partir de 1° de janeiro de 2026", disse o ministro, acompanhado de Simone Tebet (ministra do Planejamento e Orçamento) e Rui Costa (Casa Civil).

CCJ

Na 13ª e última audiência pública da Comissão de Constituição e Justiça para debater o tema, os palestrantes da sessão alegaram que o prazo para que as empresas possam se adaptar ao novo sistema de tributação, com a adoção do IVA dual (Imposto sobre Valor Agregado) – que engloba os impostos Contribuição de Bens e Serviços (CBS), imposto federal, e Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), imposto estadual/municipal – foi considerado muito curto pelos participantes da última audiência.

Outras preocupações apontadas pelos participantes relacionadas a fase de transição da reforma são a harmonização entre os normativos das administrações tributárias nas esferas federal, estadual e municipal, tal como a possibilidade de entendimentos divergentes na fiscalização de um mesmo contribuinte Pessoa Jurídica.