Por: Karoline Cavalcante

Lula será submetido a novo procedimento

Queda sofrida por Lula provocou um ferimento na cabeça | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Após realizar uma cirurgia de emergência para drenar uma hemorragia intracraniana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será submetido na manhã desta quinta-feira (12) a um procedimento complementar para impedir novos sangramentos. Segundo o boletim médico, o petista passou o dia bem e sem intercorrências.

“O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva permanece sob cuidados intensivos no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Passou o dia bem, sem intercorrências, realizou fisioterapia, caminhou e recebeu visitas de familiares. Como parte da programação terapêutica, fará complementação de cirurgia com procedimento endovascular (embolização de artéria meníngea média) amanhã, pela manhã”, diz o documento.

Procedimento

Em coletiva à imprensa, o cardiologista Roberto Kalil Filho, que acompanha o presidente, informou que esse tipo de técnica já faz parte da programação terapêutica, pois existe uma pequena possibilidade de, ao drenar um hematoma, as artérias da meninge ainda causarem sangramentos. “Esse procedimento complementar à cirurgia é para minimizar o risco de, no futuro, isso acontecer, faz parte dos protocolos atuais”, explicou Kalil.

Por se tratar de um método sem cortes e de baixo risco, é realizado em uma sala de cateterismo, não em centro cirúrgico e tem a duração de cerca de uma hora. A previsão é de que Lula retorne a Brasília no início da próxima semana, caso sua recuperação siga conforme o esperado. Segundo a equipe médica, o novo procedimento não vai retardar a alta.

De acordo com o neurocirurgião e especialista em doenças cerebrovasculares, Victor Hugo Espíndola, o paciente praticamente não terá sintomas na parte cerebral. “Não dói, não tem sequelas, é realmente um procedimento muito simples e muito efetivo”, iniciou. “Nunca pode falar uma taxa recidiva de zero, mas fica uma taxa muito baixa. Logo ele vai poder voltar a trabalhar fazendo atividades mais leves”, finalizou Espíndola.

Cirurgia

O chefe do Executivo procurou atendimento em Brasília na noite de segunda-feira (9), após sentir fortes dores de cabeça. O exame de ressonância magnética revelou a presença de um hematoma no crânio, relacionado ao acidente doméstico ocorrido no dia 19 de outubro, quando o presidente sofreu uma queda no banheiro do Palácio da Alvorada. Devido à gravidade do quadro, ele foi transferido para São Paulo, onde passou pela trepanação, procedimento para drenagem do hematoma.