Por: Da Redação

Moraes mantém Braga Netto na prisão

Moraes negou o pedido da defesa para libertar Braga Netto | Foto: José Cruz/Agência Brasil; Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu manter preso o general Walter Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa derrotada de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. Acusado de ser um dos articuladores da tentativa de golpe que, segundo a Polícia Federal (PF), teria havido para tentar impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, Braga Netto foi preso sob a alegação de que teria tentado obstruir a investigação. A defesa de Braga Netto nega a intenção de golpe e a tentativa de obstrução.

Moraes também rejeitou o pedido de soltura de outro general preso, o ex-secretário-geral da Presidência no governo Bolsonaro Mário Fernandes. Ambos estão entre os 40 indiciados no inquérito da PF sobre a tentativa de golpe. Nesse inquérito, também foi indiciado o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Braga Netto foi preso porque, segundo a PF, teria tentado atrapalhar as investigações. Essa informação, diz a polícia, surgiu depois do último depoimento do ex-ajudante de Ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. As informações da PF são de que Braga Netto teria conversado com o pai de Mauro Cid, o general Lourena Cid, no intuito de tentar que ele interviesse para que o ex-ajudante de Ordens parece com a sua colaboração.

Já Mário Fernandes é acusado de ser um dos mais radicais mentores da tentativa de golpe. Foi em um HD de um de seus computadores que a PF encontrou o documento que detalhava a Operação Punhal Verde Amarelo, uma espécie de detalhamento do golpe.

Defesas

As defesas dos dois generais alegavam que não haveria mais necessidade de manutenção das prisões. Moraes negou. A Procuradoria-Geral da República já tinha também se manifestado no mesmo sentido de negar os pedidos.

“Os investigados continuam a exercer seus postos”, decidiu Moraes. “Salvo o general da reserva Mário Fernandes que, entretanto, possui grande ascendência em relação aos “kids pretos”, continua. Kids pretos são militares de elite envolvidos, diz a PF, na tentativa. Moraes considera que as prisões devem ser mantidas “como garantia da ordem pública”.