CCJ deve votar relatório da reforma tributária na próxima semana

Relator deve ler texto nesta quarta, mas votação deve ser adiada

Por Gabriela Gallo

Braga pretende ler relatório da tributária na quarta-feira

Diante da ampla margem de projetos e medidas vistas com urgência no Congresso – como a votação do Orçamento 2025 e a votação do projeto de lei complementar que trata da dívida dos estados e do Distrito Federal com a União – a votação do primeiro projeto que trata da regulamentação da reforma tributária (PLP 68/2024) pode ficar para depois.

Na última semana, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal terminou as 13 audiências públicas para tratar do tema. Nada sobre a regulamentação da reforma tributária consta na agenda da CCJ desta semana.

Todavia, apesar de não estar pautada, há expectativas de que o relator da medida, senador Eduardo Braga (MDB-AM), leia o relatório final do texto na comissão nesta quarta-feira (4), mas a votação aconteça na próxima semana.

Braga, queria primeiro apresentar o texto ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar sobre o tema. A expectativa é que eles se encontrem nesta terça-feira (3) para discutir as mudanças. Após apresentar o parecer, o relator e o poder Executivo esperam a aprovar o texto na reunião da CCJ no próximo dia 12. As informações são da Folha de São Paulo. Após a aprovação na CCJ do Senado, o texto segue para votação no plenário da Casa.

Caso o plenário do Senado aprove a medida no mesmo dia ou no dia seguinte, os parlamentares cumprirão com a previsão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em aprovar o texto antes do recesso parlamentar, previsto para 22 de dezembro. “Reforma tributária e pacote de gastos são prioridades que o Senado vai cuidar até o recesso. Fiz um apelo aos líderes para que pudéssemos fazer um esforço concentrado”, reforçou Pacheco em entrevista coletiva, na última semana.

Mudanças

Ao ser aprovado no Senado, o texto substitutivo de Eduardo Braga voltará para a Câmara dos Deputados. A previsão é que o relatório dele tenha uma série de alterações do texto que chegou da Câmara. O relatório substitutivo final considerará as audiências na CCJ, mais de mil sugestões de emendas e as audiências públicas realizadas na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que debateu o texto antes de oficializar Braga como relator da medida.

Dentre algumas mudanças que foram discutidas nas audiências da CCJ, está prevista uma redução no número de exceções na reforma, o que preocupa parte do setor produtivo, que teme aumento da carga de tributos. Além disso, a carne vermelha deve ser retirada da cesta básica de alíquota zero e ser enquadrada na cesta básica que reduz 60% da alíquota base do IVA, atualmente prevista para 27,5%.

Os projetos

Mesmo sem nem ter aprovado o primeiro projeto, o segundo projeto que regulamenta a reforma tributária (PLP 108/2024) deve ser tratado como outra prioridade para o Senado. A Câmara já aprovou o projeto.

O PLP 68 institui os novos impostos IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição Social sobre Bens e Serviços), que vão compor o IVA dual (Imposto sobre Valor Agregado), e o Imposto Seletivo (IS) que será uma alíquota bem mais elevada voltadas para produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.

Já o PLP 108 cria as regras para a gestão, cobrança e distribuição do IBS entre União, estados e municípios. O projeto cria o Comitê Gestor IBS, que terá o responsável por coordenar as administrações tributárias de estados, Distrito Federal e municípios relativamente ao IBS.